O Partido Liberal (PL) e o Partido dos Trabalhadores (PT) anunciaram na noite desta quarta-feira, 30, que vão apoiar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados. Motta tem o apoio do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). As legendas do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm as maiores bancadas da Câmara: 92 e 68 parlamentares, respectivamente.
“Após uma reunião que tivemos hoje, vai ser formada uma comissão do partido com alguns deputados que irão (…) levar algumas pautas importantes para o partido”, afirmou o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes, a jornalistas. “Formalizamos agora à noite uma absoluta maioria do partido apoiando a candidatura do Hugo Motta e após essas pautas que irão ser conversadas, a gente espera ter a unanimidade da bancada.”
Questionado sobre a tramitação do PL da Anistia, que busca anistiar os envolvidos no 8 de Janeiro e que voltou à estaca zero pelas mãos de Lira em meio às negociações para sua sucessão, Côrtes afirmou que a proposta “não tem que entrar em pauta partidária” e que espera que ela tenha uma tramitação rápida na Casa.
Ao anunciar o apoio do PT, o líder do partido na Câmara, Odair Cunha, afirmou que o entendimento do partido é que “o deputado Hugo Motta está preparado para continuar um trabalho de representação, um trabalho que dialogue com as preocupações do povo brasileiro em torno de temas que nós julgamos importantes e que obviamente a presidência do deputado Hugo e a consolidação deste bloco significa o funcionamento democrático desta casa legislativa tão importante”.
O apoio de PL e PT enfraquece as candidaturas dos adversários de Motta, Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA). Nesta terça, após o anúncio de Lira de apoio a Motta, Elmar e Brito reafirmaram suas candidaturas.
Elmar é amigo pessoal de Lira e era considerado até poucos meses atrás o escolhido do alagoano para a sucessão, mas foi preterido por Motta com o argumento de que o deputado do Republicanos seria um nome mais bem aceito e de consenso na Casa.
Ao anunciar seu apoio a Motta, Lira afirmou que estava “convicto” de que o escolhido teria “maiores condições políticas de construir convergências no Parlamento” e que ele seria um “nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez”.