O delegado Eugênio Ricas foi confirmado nesta segunda-feira como novo diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal. Ele é secretário estadual de Controle e Transparência do Espírito Santo, no governo de Paulo Hartung (PMDB). O novo diretor-geral da PF, Fernando Segóvia, viajou hoje a Vitória (ES) para oficializar o convite a Ricas.
Na sexta-feira, VEJA havia antecipado que o delegado era o principal nome cotado por Segóvia para assumir a diretoria. Os dois trabalharam juntos na Superintendência da PF no Maranhão, entre 2008 e 2011.
A diretoria que Ricas assume é responsável pelas delegacias que tocam operações de combate à corrupção no país, incluindo a Operação Lava Jato e seus desdobramentos.
“Temos uma diretriz que ele próprio (Segóvia) já passou que é ampliar ainda mais o combate à corrupção, ao tráfico de drogas, ao tráfico de armas. É uma missão clara que ele me passou, expandir o trabalho nessas áreas”, afirmou Eugênio Ricas à reportagem.
Questionado sobre o desafio de assumir a Lava Jato, Ricas disse que “independente do batismo da operação” o importante é ampliar o trabalho e de maneira integrada. “O próprio diretor-geral falou que a corrupção no Brasil é um problema sistêmico e, em razão disso, temos que fazer esse trabalho no País inteiro. Não só limitado a uma Lava Jato, mas combater a corrupção de maneira integrada em todo o país”, disse Ricas.
Ele evitou falar de planos concretos para a diretoria antes da sua posse. O novo diretor deve ser exonerado do governo do Espírito Santo na sexta-feira, com previsão de chegar a Brasília na próxima semana para dar início aos procedimentos para a nomeação.
O delegado afirmou que Segóvia deu “carta branca” para montar a equipe. “Vou fazer uma análise, a PF tem quadros muito bons”, afirmou o delegado.
Diretoria-executiva
Outra mudança prevista na estrutura da PF é a nomeação do delegado Sandro Avelar na Diretoria-Executiva da instituição. Atualmente na presidência da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Avelar foi secretário de Segurança do Distrito Federal na gestão de Agnelo Queiroz (PT), que tinha como vice Tadeu Filippelli (PMDB), alvo da Lava Jato e ex-assessor do presidente Michel Temer.
O delegado ficou no cargo de secretário entre 2011 e 2014, quando saiu para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PMDB – partido do qual se desfiliou após a disputa em que recebeu 21.888 votos e não se elegeu.