A Polícia Federal realiza, na manhã desta quinta-feira, a Operação Lavat, desdobramento da Operação Manus, que em junho prendeu o ex-presidente da Câmara e ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Segundo nota da PF, a ação desta quinta pretende desarticular a quadrilha investigada na operação anterior, que teria continuado a cometer crimes no estado.
O Ministério Público Federal (MPF) afirma que familiares e ex-assessores de Alves ajudaram o ex-deputado a ocultar a propina obtida através de esquemas de corrupção e, por isso, são alvos da operação. “Os elementos obtidos com o monitoramento telefônico, junto com os dados reunidos em diligências de busca e apreensão na Operação Manus, conduziram à constatação da efetiva existência de indícios da prática dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa, por parte desses auxiliares”, afirmou o MPF.
São 27 mandados judiciais sendo cumpridos por 110 policiais, sendo 22 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e dois de condução coercitiva. Uma das buscas foi cumprida no próprio Ministério do Turismo. Aluísio Henrique Dutra de Almeida, Geraldo Moura Fonseca Júnior e Norton Domingues Masera, ex-assessores de Alves, foram presos. Masera exerce até hoje o cargo de chefe da assessoria parlamentar da pasta do Turismo, mesmo após a saída do ex-chefe.
Além de Brasília, a PF executa decisões judiciais em cinco cidades do Rio Grande do Norte: Natal, Nísia Floresta, São José do Mipibu. Parnamirim e Angicos. Segundo os investigadores, o material recolhido na Operação Manus indicou outros nomes pertencentes à organização criminosa e fraudes em diversos contratos públicos no estado, estimadas em 5,5 milhões de reais.
O dinheiro teria sido desviado para a campanha de Alves ao governo do estado pelo PMDB em 2014. O nome da operação, informa a PF, foi inspirado no provérbio do latim “Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat”, que, em português, significa “uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra”.