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PF cumpre mandados em investigação que apura caixa 2 de Serra em 2014

Segundo apurações da força-tarefa do Ministério Público de São Paulo, tucano recebeu R$ 5 milhões não contabilizados

Por André Siqueira Atualizado em 21 jul 2020, 10h49 - Publicado em 21 jul 2020, 07h11

A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta terça-feira, 21, mandados de busca e apreensão na investigação que apura suposto caixa dois na campanha de José Serra (PSDB) ao Senado em 2014. A Operação Paralelo 23, feita em conjunto com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) é um desdobramento da Operação Lava-Jato que mira crimes eleitorais.

São cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Brasília, Itatiba e Itu. Como mostra o Radar, um dos alvos do mandados de prisão é o empresário José Seripieri Júnior, fundador e ex-presidente da Qualicorp.

No caso de Serra, afirma o MPSP, “por se tratar de parlamentar no exercício do mandato no Senado, as investigações em primeira instância se restringem, em relação a ele, aos fatos apurados no ano de 2014″, quando o tucano ainda não ocupava uma cadeira na Casa. A força-tarefa diz que a operação também busca “provas da atualidade da prática de crimes conexos” que tenham relação aos demais investigados. 

O inquérito policial foi remetido à primeira instância da Justiça Eleitoral de São Paulo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda em meados de 2019, com a colaboração espontânea de pessoas que teriam sido contratadas no ano de 2014 para estruturar e operacionalizar os pagamentos de doações eleitorais não contabilizadas, efetuados supostamente a mando de acionista controlador de importante grupo empresarial do ramo da comercialização de planos de saúde.

Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas de 3 a 10 anos de prisão, sem prejuízo de responderem por outros crimes que possam ser descobertos ao longo da investigação.

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De acordo com o MP, as investigações começaram em maio, após a denúncia contra o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Outras duas fases do braço eleitoral da Lava-Jato foram realizadas posteriormente contra o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e contra o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), indiciado por caixa dois, lavagem de dinheiro e corrupção.

Em nota, a assessoria de imprensa do senador afirmou que Serra foi “surpreendido” com uma “nova e abusiva operação de busca e apreensão em seus endereços, dois dos quais já haviam sido vasculhados há menos de 20 dias pela Polícia Federal”. “A decisão da Justiça Eleitoral é baseada em fatos antigos e em investigação até então desconhecida do senador e de sua defesa, na qual, ressalte-se, José Serra jamais foi ouvido”, prossegue o comunicado.

Em outro trecho, Serra diz que “jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública e sempre pautou sua carreira política na lisura e austeridade em relação aos gastos públicos”. “Serra mantém confiança no Poder Judiciário e espera que esse caso seja esclarecido da melhor forma possível, para evitar que prosperem acusações falsas que atinjam sua honra”, finaliza a nota.

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