Petista responderá por tentativa de homicídio em frente ao Instituto Lula
Ex-vereador e seu filho foram acusados pela agressão a um empresário que sofreu traumatismo craniano após confusão com manifestantes

O ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o ‘Maninho do PT’, e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, o ‘Maninho’, foram denunciados pelo Ministério Público por tentativa de homicídio contra o empresário Carlos Alberto Bettoni, no dia 5 de abril, em frente à sede do Instituto Lula, em São Paulo. A denúncia foi encaminhada à 1ª Vara do Júri de São Paulo e, se for aceita, os dois serão julgados por um júri popular.
O empresário protestava contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia em que o petista teve a prisão decretada, quando ficou ficou ferido após ter sido empurrado e batido a cabeça em um caminhão que passava na rua em frente à entidade. O tumulto começou na saída do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT no Senado, que foi hostilizado e começou a bater boca com o grupo de manifestantes – ele chamou o manifestante de “provocador”.
Bettoni foi expulso a chutes e empurrões até a rua em frente ao instituto. Ele teve um ferimento na cabeça e ficou estendido no chão por algum tempo – logo depois, se levantou e foi levado para atendimento médico no Hospital São Camilo, em frente ao local. Segundo o hospital, a vítima sofreu traumatismo craniano.
“Os indiciados, após constatarem que o ofendido estava imóvel e desacordado na rua, dando claras mostras uma vez mais de que o resultado morte lhes era absolutamente indiferente, afastaram-se do local, sem prestar qualquer socorro a ele mesmo estando a poucos metros do Hospital São Camilo situado nas imediações. Ainda assim, negaram socorro à vítima, assumindo o risco de que a morte pudesse ocorrer”, acusa o promotor Luiz Eduardo Levit Zilberman.
Após ser indiciado, a defesa do ex-vereador disse que ele lamentava o ocorrido — a reportagem não conseguiu contato com os advogados de Maninho do PT até a publicação desta notícia. O gabinete do deputado estadual Teonílio Barba (PT), de quem ele é assessor, disse que não está autorizado a informar o contato do advogado de defesa.
“Estamos diante de um caso de homicídio, que não se consumou por circunstâncias alheias à vontade dos agressores. Carlos Alberto teve sorte de existir hospital defronte ao local dos fatos”, disse o advogado Daniel Bialski, que representa o empresário.
Arquivamento
O promotor, entretanto, deixou de oferecer denúncia contra o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulo Caires, conhecido como Paulão. “A agressão por ele perpetrada resumiu-se a um chute contra o ofendido quando ele ainda estava na calçada. Na oportunidade, o próprio indiciado desequilibrou-se e caiu sozinho ao chão, não mais praticando qualquer ato violento na sequência”, escreveu.