O PDT anunciou, nesta terça-feira, 10, “apoio crítico” à candidatura de Fernando Haddad, do PT. A decisão foi tomada em reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília. O candidato pedetista à Presidência, Ciro Gomes, ficou em terceiro na disputa do primeiro turno, com 13,3 milhões de votos, o equivalente a 12,47% dos votos válidos.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou que o partido optou pelo apoio a Haddad em razão dos riscos que a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) representa à democracia e às liberdades individuais, a despeito das críticas que fez a atitudes do PT contra o PDT ao longo do processo eleitoral. “Hoje, o tipo de golpe é mais sofisticado, um golpe que pode ser legitimado pelo voto popular, o que torna maior o risco à democracia brasileira”, disse.
“Nós já sofremos 1964, nós sabemos o que foi 1968, nós somos filhos e netos dos que sofreram na ditadura. Somos o partido dos cassados, dos oprimidos, dos exilados e dos mortos. É em nome desta memória que queremos alertar o povo brasileiro do risco que o Brasil corre elegendo essa personalidade que hoje engana o povo”, completou.
Lupi acrescentou que o PDT não integrará a coordenação da campanha de Haddad, não fará reivindicações de propostas, como ocorreu no caso do PSOL, e não vai fazer parte da gestão do petista se ele for eleito. O presidente negou também que Ciro vá subir no palanque do candidato do PT. O plano da legenda, completou, é começar a preparar a disputa de 2022.
Ciro Gomes não falou com jornalistas. Na saída do encontro, o candidato do PDT apenas gritou “abaixo o fascismo, viva a democracia”. Gomes disputou ao longo do primeiro turno o lugar de opositor de Bolsonaro. O candidato fez críticas ao PT e a Haddad, mas se posicionou de maneira mais veemente contra o candidato do PSL, a quem classificou por diversas vezes como “fascista” e “nazista”.
Estados
Nos pleitos estaduais neste segundo turno, o PDT é opositor do PT em dois locais. No Rio Grande do Norte, Carlos Eduardo tenta a cadeira de governador contra a senadora Fátima Bezerra. No Amapá, Waldez Góes enfrenta Capi (PSB), apoiado pelo PT, em uma rivalidade antiga das forças políticas do estado.
O PDT tem candidatos em outros dois estados: no Amazonas, com Amazonino Mendes, e em Mato Grosso do Sul, com Juiz Odilon. Amazonino já declarou apoio a Bolsonaro antes mesmo da reunião de hoje da Executiva Nacional do partido. Odilon ainda não havia se posicionado.
Lupi afirmou que não há neutralidade nas disputas estaduais, mas que as situações terão que ser avaliadas conforme a especificidade. “Não tem ninguém liberado. Cada caso é um caso. Nós temos que examinar estados em que o adversário é o PT. Tiveram algumas posições individuais. Mas nós vamos conversar um a um, pois a posição foi tomada agora”, disse.