Para Mantega, depoimento de Odebrecht ao TSE é ‘peça de ficção’

Em depoimento à Justiça Eleitoral nesta quinta-feira, o ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, Guido Mantega, afirmou que as afirmações de Marcelo Odebrecht em sua delação premiada relativas a campanha eleitoral de 2014 são “uma peça de ficção”. A convocação do ex-ministro para depôr ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi uma das definições do primeiro dia de julgamentos da chapa Dilma-Temer, na terça-feira.

Quem falou sobre o depoimento de Mantega foi o advogado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Flávio Caetano. “Guido Mantega deu um depoimento bastante enfático, afirmando que todas as afirmações de Marcelo Odebrecht são mentirosas. Ele usou essa palavra. Não há uma afirmação de Marcelo Odebrecht que mereça credibilidade. Todas são mentirosas e ele [Mantega] diz que o depoimento de Marcelo Odebrecht é uma peça de ficção”, disse Caetano, após acompanhar o depoimento na capital paulista.

Guido Mantega foi ouvido na ação, movida pelo PSDB, em que o TSE vai decidir se cassa ou não a chapa formada por Dilma e pelo atual presidente, Michel Temer (PMDB), por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2014. A proposta para que ele depusesse partiu da defesa da ex-presidente, uma vez que ele teria citado por delatores da Odebrecht como um dos responsáveis pelo repasse de recursos não-declarados para a campanha, o chamado “caixa 2”. Ele falou por pouco mais de uma hora, a partir de vídeo-conferência da sede do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

O ex-ministro chegou a ser preso temporariamente em setembro do ano passado pela Polícia Federal na 34ª fase da Operação Lava Jato, denominada Arquivo X. No momento em que os agentes o encontraram, ele acompanhava a esposa internada no hospital, fato que transformou a prisão em uma decisão controversa e fez com que a liberação viesse no mesmo dia. Guido Mantega foi ministro da Fazenda por mais de oito anos, entre 2006 e 2014, participando do segundo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro de Dilma Rousseff.

(Com Agência Brasil)