Os candidatos do governo Bolsonaro para o comando do Senado
Enfrentando dificuldades durante a gestão de Rodrigo Pacheco, Planalto busca eleger um aliado para um eventual novo mandato do presidente
Além do segundo turno pela Presidência da República, articuladores do governo de Jair Bolsonaro já têm em mente uma outra disputa. O comando do Senado, Casa que se tornou menos favorável ao Planalto durante a gestão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é tido como uma das prioridades para um eventual novo mandato do ex-capitão.
A mais de três meses das eleições do Congresso, alguns nomes já são colocados na bolsa de apostas. O principal deles é o da ex-deputada e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina. Recém-eleita para o Senado, a ex-auxiliar de Bolsonaro é tida como um nome com trânsito entre diversos partidos (ela já foi do PSB, do DEM, do União Brasil e atualmente está no PP) e, além disso, quebraria o histórico da Casa de não ter tido, até hoje, nenhuma mulher presidente. Durante as negociações para a chapa presidencial de Bolsonaro, o nome da ex-ministra também foi ventilado, mas o candidato à reeleição acabou optando pelo general e ex-ministro Walter Braga Netto para a vice.
Auxiliares de Bolsonaro também citam o nome do ex-ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL-RN). Assim como Tereza Cristina, Marinho já foi deputado federal (passou pelo PSB e pelo PSDB, e hoje está filiado ao mesmo partido de Bolsonaro) e tem bom trânsito com o Congresso. No início do governo, ele ocupou a Secretaria de Previdência do Ministério da Economia e foi um dos principais articuladores na aprovação da reforma do sistema previdenciário. Além disso, no governo, ele se aproximou ainda mais do Parlamento. A pasta, aos quais algumas estatais estão vinculadas, como a Codevasf, virou uma das principais fontes de escoamento dos recursos das emendas de relator, que ficaram conhecidas como orçamento secreto – um álibi e tanto para ganhar a confiança e o prestígio do centrão.
De forma ainda tímida, um outro auxiliar de Bolsonaro também é citado entre os possíveis candidatos ao comando do Senado. Senador licenciado, Ciro Nogueira (PP-PI) está no comando da Casa Civil, na coordenação da campanha à reeleição e é um dos principais caciques e articuladores da política atual, com trânsito da direita à esquerda.
Em comparação com os outros dois, pesa a seu favor um outro detalhe de seu currículo: Nogueira está no meio de mandato de senador. Até hoje, nenhum presidente do Senado estava no início do mandato. Ou seja, se Marinho ou Tereza forem disputar o comando da Casa, o dia da posse deles seria justamente o da eleição para a presidência. Mas, claro, tudo pode acontecer.