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Operação da PF prende ex-secretário de Cabral e dois empresários

Nova fase da Lava Jato no Rio, batizada de Fatura Exposta, investiga fraudes no fornecimento de próteses na área da Saúde

Por Da redação
Atualizado em 11 abr 2017, 14h47 - Publicado em 11 abr 2017, 06h49

A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta terça-feira mandados de prisão e de busca e apreensão contra o ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes e os empresários Miguel Iskin, presidente da Oscar Iskin, uma das maiores distribuidoras de material médico, e de seu sócio, Gustavo Estellita Cavalcanti Pessoa. Os mandados fazem parte da nova fase da Operação Lava Jato no Rio, deflagrada nesta terça.

Côrtes foi secretário de Saúde de Sérgio Cabral entre 2007 e 2013 e foi preso em seu apartamento na Lagoa Rodrigo de Freitas. Os três serão encaminhados para a Superintendência da PF no Rio. A operação, batizada de Fatura Exposta, investiga fraudes em procedimentos licitatórios do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e da Secretaria Estadual de Saúde.

Cerca de cem agentes da PF cumprem três mandados de prisão preventiva, vinte mandados de busca e apreensão e três mandados de condução coercitiva, na capital fluminense e nos municípios de Mangaratiba e Rio Bonito, no Estado do Rio. As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Segundo a PF, as investigações foram iniciadas há cerca de 6 meses e os servidores públicos envolvidos no esquema direcionavam licitações para beneficiar empresários investigados em troca do pagamento de propina no valor de 10% dos contratos. Os presos serão indiciados por corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A VEJA ainda não localizou a defesa dos envolvidos.

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Sérgio Côrtes e Wilson Carlos, secretários do governador Sergio Cabral, reunidos com Fernando Cavendish em Paris
Sérgio Côrtes e Wilson Carlos, secretários do governador Sergio Cabral, reunidos com Fernando Cavendish em Paris (Reprodução/VEJA)

Côrtes é um dos integrantes da famosa farra em Paris em que membros do governo de Sérgio Cabral dançaram com guardanapos na cabeça. Em novembro do ano passado, a coluna Radar registrou que ele havia decidido fazer um post moralista nas redes sociais.

Atribuindo um texto sobre as oportunidades de corromper ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, o ex-secretário diz: “Muito interessante essa reflexão do Juiz Sergio Moro”.

Um trecho do texto diz que “os políticos de hoje foram ontem oportunistas e senão mudarmos a estrutura de valores de nossa sociedade e trazer a Ética e a Moral como pilares do comportamento nunca seremos um povo realmente honesto e justo.” Em 2013, Côrtes foi condenado por desviar 10 milhões de reais da Saúde para pagar campanhas publicitárias.

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