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Donos da H.Stern fecham delação em investigação contra Cabral

Empresários se comprometeram a pagar 18,9 milhões de reais de multa. Procuradoria investiga se Cabral lavou dinheiro sujo com a compra de joias

Por Da redação
Atualizado em 6 abr 2017, 19h56 - Publicado em 6 abr 2017, 18h24

O alto escalão da H.Stern fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal do Rio para revelar detalhes sobre o suposto esquema de corrupção comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

O presidente da joalheria, Roberto Stern, o vice-presidente, Ronaldo Stern, o diretor financeiro, Oscar Luiz Goldemberg, e a diretora comercial, Maria Luiza Trotta, concordaram em pagar multas que somam 18,9 milhões de reais. Também se comprometerem a prestar serviços à comunidade e emitir notas fiscais das compras feitas por Cabral e pela ex-primeira-dama Adriana Ancelmo.

As conclusões que surgirem do acordo vão servir como base para uma nova denúncia contra Cabral. O foco nesse caso será lavagem de dinheiro com a compra de joias. Cabral e sua mulher compraram cerca de 40 peças da H.Stern, num total de 6,3 milhões de reais. A multa é equivalente a três vezes esse valor.

Os dois herdeiros da rede de joalherias pagarão as maiores penalidades, de 8,95 milhões de reais cada uma. Já os diretores terão que pagar 500.000 reais cada um. O formato da prestação de serviços ainda está em discussão, mas uma das possibilidades é que ofereçam cursos profissionalizantes dentro da H.Stern durante dois anos.

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Uma fonte informou à reportagem que as peças vendidas ao casal pela H.Stern sem notas fiscais já foram regularizadas — nem todas as compras foram sem a emissão dos recibos. Além disso, a joalheira terá de emitir notas fiscais de todas as vendas feitas a outros clientes com valores em dinheiro acima de 30.000 reais. Como consequência, a empresa também terá de recolher os tributos referentes a essas vendas. Caso se descubra posteriormente que a H.Stern deixou de emitir alguma dessas notas, o acordo será invalidado.

Entre as peças compradas pelo casal, está um brinco de ouro 18 quilates com brilhante solitário, que custou 1,8 milhão de reais. Há ainda um anel de ouro amarelo com brilhante solitário de 1,1 milhão de reais. Também foram feitas compras em valores menores, abaixo de 1.000 reais. Nesse caso, as joias eram dadas como presente, segundo as investigações.

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Em depoimento no mês passado, a diretora comercial da H.Stern, Maria Luiza Trotta, contou que Cabral chegou a ser atendido no Palácio Guanabara, quando ele ainda era governador do Rio.

Segundo as investigações do MPF e da Polícia Federal, o grupo de Cabral teria desviado recursos em propinas cobradas de diversas empreiteiras contratadas para obras públicas do Estado, incluindo projetos financiados pela União, como a reforma do Estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 e o PAC das Favelas.

Cabral e Adriana, ambos réus da Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato, são suspeitos de comprarem joias para fazer a lavagem de dinheiro do esquema de corrupção.

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Procurada pela reportagem, a empresa não quis comentar. A defesa de Adriana nega que a ex-primeira-dama tenha cometido os crimes e diz que ela só fez a compra de joias com nota fiscal. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Cabral.

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