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Operação da PF atinge pessoas ligadas ao presidente do Senado

Ação é baseada na delação de ex-diretor da empresa Hypermarcas -- que confessou ter repassado propinas para integrantes da cúpula do partido

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 abr 2018, 14h45 - Publicado em 10 abr 2018, 09h35
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  • A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira 10 a Operação Tira-Teima, que atinge pessoas ligadas ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB). A ação é baseada na delação premiada de um ex-executivo da empresa Hypermarcas, que confessou ter repassado propinas para integrantes da cúpula do partido. Ao todo, estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Goiânia, Fortaleza e São Paulo. O parlamentar não é alvo das medidas.

    De acordo com a delação do ex-diretor da Hypermarcas Nelson Mello, revelada por VEJA, o presidente do Senado recebeu ajuda financeira de campanha quando disputou o governo do Ceará, em 2014. O ex-executivo disse que, em meio às eleições, o lobista Milton Lyra o avisou de que seria procurado por um “portador de Eunício Oliveira” para ajudar financeiramente na campanha do emedebista.

    O delator ainda relatou que, às vésperas das eleições de 2014, reuniu-se com o sobrinho de Eunício, Ricardo Augusto Lopes, responsável por administrar a empresa de segurança privada Confederal, pertencente ao presidente do Senado. Nesse encontro, ficou combinado que a Hypermarcas destinaria 5 milhões de reais à campanha do parlamentar. Uma parte desses recursos foi destinada a bancar ” despesas de empresas que prestavam serviços à campanha de Eunício Oliveira” por meio de “contratos fictícios”. As empresas Confirma Comunicação e Estratégia e Campos Centro de Estudos e Pesquisa de Opinião receberam 3,35 milhões de reais. O restante foi desembolsado pela Hypermarcas a partir de uma nota fiscal emitida no valor de 1,65 milhões de reais apresentada pela Confederal, de Eunício.

    O presidente do Senado nega  a existência de irregularidades. “Até este momento, nenhuma empresa ou pessoa ou ligada ao senador foi abordada pela Polícia Federal”, disse a assessoria de imprensa de Eunício Oliveira. Em nota, a Hypermarcas confirma que houve buscas em seu escritório, em São Paulo, para colher “documentos relacionados à colaboração” de Nelson Mello. A companhia reitera que não se beneficiou de “quaisquer atos praticados” pelo seu ex-executivo. O empresário Milton Lyra nega as acusações feitas por Mello e diz que nunca se apresentou ou agiu “em nome de qualquer parlamentar”.

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