A ocupação do plenário da Câmara Municipal de São Paulo por manifestantes contrários ao plano da gestão Doria de privatizar serviços e propriedades do município já dura 24 horas. O grupo formado por cerca de 70 pessoas ligados a movimentos sociais e estudantis e a partidos como PSOL, PT e PCdoB passou a noite no local, enquanto uma pequena parte fez uma “vigília” em frente à Casa.
Na manhã desta quinta-feira, a presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo Nayara Souza disse que eles não sairão da Câmara até que as reivindicações sejam atendidas. São elas: a realização de um plebiscito para consultar a população sobre o pacote de privatizações de Doria, a suspensão da tramitação de três projetos de lei que tratam do assunto, e a revogação da medida que restringiu o tempo de uso diário do passe livre estudantil.
O presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), se comprometeu a levar a discussão sobre o plebiscito na próxima terça-feira para o colégio de líderes, responsável por definir a pauta de votações da Casa semanalmente. Ontem, ele disse que não iria negociar com o grupo enquanto não houvesse a desocupação e que estava proibida a entrada de comida e água no recinto. Depois, à noite, após conversas com o padre Julio Lancellotti e o vereador Eduardo Suplicy (PT), voltou atrás e autorizou a entrega das provisões. Os movimentos, por outro lado, aceitaram dispensar os menores de idade que participavam da invasão.
O ato é acompanhado de perto por agentes especiais da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Um efetivo da Polícia Militar está de prontidão na garagem da Casa. Durante a madrugada, o grupo se revezou em vigiar as entradas de acesso e dormir. Alguns passaram o tempo jogando peteca.
A presidência da Câmara pediu ontem a reintegração de posse do plenário. O processo já foi distribuído para um juiz, mas ainda não foi tomada nenhuma decisão.