A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) realizou uma vistoria no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, mas não verificou irregularidades no local, conhecido como “presídio da Lava Jato“, por abrigar presos da operação. A visita ocorreu um dia depois de vir à público uma carta escrita por um dos detentos, que denunciava supostas regalias de investigados pela Lava Jato – políticos, ex-executivos e lobistas – além do uso de “laranjas” em cursos e trabalhos para redução dos dias de pena.
“Pelo menos atualmente, não verificamos nenhum tipo de irregularidade no local”, afirmou o presidente da comissão, o advogado Alexandre Salomão, ressaltando que houve troca de toda a direção da unidade. Além dele, outros dois integrantes da OAB estiveram no local.
Salomão disse que a comissão já tinha visita no Complexo Médico-Penal marcada para esta segunda-feira, 25, a fim de averiguar a situação de seis mulheres grávidas na ala feminina, mas, diante das “graves denúncias de irregularidades”, decidiu “incluir na vistoria a averiguação desses fatos”.
O suposto esquema de privilégios no local, que abriga presos da Lava Jato, é investigado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. Nenhum dos órgãos comenta as apurações em andamento.
Em nota, o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), que administra o Complexo Médico-Penal, afirmou que a denúncia foi apurada e arquivada por falta de indícios de irregularidades. O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) informou que desconhece qualquer denúncia contra agentes penitenciários de favorecimento a presos da Lava Jato.