Após a reunião de líderes desta terça-feira, 9, o presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciou o que pretende ser um saldão legislativo antes do recesso. É muita coisa, toda de alto impacto, e toda empurrada para caber no calendário — como quem fecha caixa antes de baixar as portas.
O primeiro item da prateleira é: o projeto relatado por Paulinho da Força que altera a dosimetria das penas dos acusados da trama golpista — incluindo Jair Bolsonaro. Na prática, a famosa “redução de pena” dos golpistas mais notórios do Brasil desde a ditadura militar. Motta quer votar ainda hoje. É a política brasileira correndo o risco de ser envergonhada pelo Supremo.
Na quarta-feira, 10, a promessa é pela entrada em plenário do caso Carla Zambelli. Sim, ela mesma, que se especializou em levar crises do mundo virtual para o real e está presa fora do país. O processo avança, e Motta não quer acumular a pendência para 2026.
Hoje também será publicado o caso Alexandre Ramagem, abrindo prazo para defesa. Previsto para ser analisado na semana que vem, vale lembrar que, no caso dele, há uma ordem judicial determinando a cassação do mandato. Ou seja: o relógio corre. E corre contra Ramagem.
Já Eduardo Bolsonaro chega ao fim do ano com enrolando dos Estados Unidos, mas com faltas suficientes para ser cassado. Terá cinco sessões para apresentar defesa.
Tudo isso — repito, tudo — Motta promete fechar antes do recesso.
Uma promessa ousada, feita após a reunião de líderes. A imagem que fica é a de um presidente da Câmara com pressa — seja para mostrar serviço, seja para evitar que esses casos se arrastem para um 2026 já explosivo por conta da eleição.
No varejão legislativo da reta final do ano, Hugo Motta se apresenta como gerente: quer girar estoque, encerrar pendências e entregar “tudo resolvido” antes do Natal. A ver se a liquidação não acaba saindo mais cara para a democracia do que para o comprador.
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