O inusitado caso de Serra e Cyro (não aqueles) na eleição do Rio
Em pesquisa, candidatos de partidos nanicos de esquerda se beneficiam de confusão do eleitor e aparecem na frente até de apadrinhado por Eduardo Paes

A pesquisa Datafolha sobre a eleição estadual do Rio de Janeiro, divulgada nesta quinta-feira, reforça um cenário que já vinha sendo pintado por institutos menores: o empate técnico entre Marcelo Freixo (PSB), que tem 22%, e Cláudio Castro (PL), com 18%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, configura-se o empate.
Um novo nome citado no levantamento, contudo, causou surpresa: Eduardo Serra, do nanico PCB, aparece com 5% — atrás ainda de Rodrigo Neves (PDT), mas à frente do ex-presidente da OAB Felipe Santa Cruz (PSD), o apadrinhado do prefeito carioca Eduardo Paes para a disputa. Na política local, a leitura é clara: alguns entrevistados podem ter confundido o professor comunista com o ex-senador tucano José Serra, que já concorreu à Presidência duas vezes.
Na mesma pesquisa, outro representante de um partido nanico e ultraesquerdista aparece com 4%, também deixando Santa Cruz para trás. E, assim como Serra, beneficia-se historicamente da confusão em torno do seu nome no período de pré-campanha. Trata-se de Cyro Garcia, do PSTU, sempre candidato no Rio e confundido por alguns com o presidenciável do PDT, Ciro Gomes.
A pesquisa Datafolha, que mostra um cenário polarizado entre o lulista Freixo e o bolsonarista Castro, ouviu 1.218 eleitores no estado e está registrada no TSE sob o número RJ- 05998/2022.