Preso desde agosto, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques já perdeu mais de 11 quilos, foi transferido para uma ala de vulneráveis dentro da Papuda, em Brasília, e virou o recordista de crimes imputados na CPMI do 8 de Janeiro. Ao todo, ele foi acusado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) de cometer oito delitos, dentre os quais associação criminosa, prevaricação e impedimento do exercício do voto.
Em meio a esse cenário, porém, houve espaço para algum alívio. Advogados de Vasques celebraram o fato de ele não ter sido enquadrado em nenhum crime relativo ao 8 de Janeiro – justamente o objeto da CPMI.
Eles destacam as penas duras impostas pelo Supremo Tribunal Federal aos réus já condenados pelos atos de vandalismo – que vão de 14 a 17 anos. Sem o pedido de indiciamento neste sentido, o Ministério Público e o ministro Alexandre de Moraes, que já receberam o relatório da comissão de inquérito, enterrariam, ao menos por essa tese, qualquer vinculação do ex-PRF aos ataques em Brasília.
Oficialmente, ele responde a inquérito que investiga se a PRF atuou de maneira deliberada para impedir o voto de eleitores de Lula durante o segundo turno das eleições. A Polícia Federal já colheu todos os depoimentos e está finalizando a investigação, que deve ser enviada ao STF nos próximos dias.