Mesmo com o bom desempenho no debate deste domingo e com a manutenção da liderança, o ex-presidente Lula recebeu alguns sinais de alerta com a nova rodada Ipec divulgada nesta segunda, 17.
O levantamento mostra o petista com 50% dos votos totais, e o presidente Jair Bolsonaro com 43%.
Comparada com a pesquisa do dia 10 de outubro, há uma semana, Lula caiu um ponto e Bolsonaro ganhou um ponto percentual.
A notícia é boa para Bolsonaro porque Lula estava conseguindo manter os 51% dos votos já há duas semanas. Agora, o petista oscila de forma negativa em segmentos importantes a 13 dias do segundo turno – mostrando que a eleição ainda não acabou.
O levantamento do Ipec foi feito entre sábado e segunda, então não conseguiu pegar de forma completa os efeitos que o debate deste domingo, 16, pode ter causado nos votos dos dois candidatos.
Como a coluna mostrou, o confronto teve um vencedor claro e pode trazer bons frutos para Lula.
Considerando apenas os votos válidos, o novo levantamento também mostra Lula oscilando um ponto para baixo, de 55% para 54%, e Bolsonaro crescendo um ponto, de 45% para 46% dos votos.
A rejeição ao presidente continua sendo seu principal obstáculo, mas houve melhora: segundo o Ipec, 46% dos eleitores afirma que jamais votaria em Bolsonaro. Há uma semana, esse índice era de 48%.
A rejeição a Lula caiu um ponto e agora 41% dizem que não votariam no ex-presidente de jeito nenhum.
Entre as mulheres, Lula oscilou negativamente em dois pontos e agora tem 51% dos votos. Bolsonaro manteve os 40% que já tinha. Entre os homens, Lula caiu dois pontos e está com 47% das intenções de voto. O atual presidente subiu de 45% para 46%.
Entre outras oscilações negativas de Lula estão a região Nordeste (de 70% para 68%), eleitores que ganham até 1 salário (de 65% para 62%), católicos (de 60% para 56%) e eleitores com idade entre 45 e 59 anos (de 56% para 48%).
Em contrapartida, o petista oscilou positivamente entre os evangélicos (de 31% para 32%), entre os que ganham mais de 5 salários (de 31% para 36%) e entre os eleitores do Sul (de 37% para 39%).
Para Bolsonaro, a pesquisa também trouxe um alerta: a avaliação positiva do governo caiu de 38% para 37%. A avaliação regular subiu de 19% para 23% e a avaliação negativa caiu de 41% para 39%.
É preciso sempre fazer a ressalva que as pesquisas não conseguiram dimensionar – ao menos no primeiro etapa do pleito – o tamanho do apoio ao bolsonarismo, seja em disputas para executivos em alguns estados, seja para o legislativo e também no voto relacionado ao próprio presidente.
No caso do Ipec, o antigo Ibope, o erro foi de seis pontos percentuais a menos em relação aos votos que Jair Bolsonaro realmente teve. Nos estados, houve equívocos ainda mais expressivos.