MPF denuncia empresário que pagou propina a Paulo Roberto Costa
Mariano Marcondes Ferraz é acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao pagar 868.450 dólares ao ex-diretor da Petrobras no exterior

A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba denunciou à Justiça Federal nesta quarta-feira o empresário Mariano Marcondes Ferraz, representante da empresa Decal no Brasil. Marcondes Ferraz é acusado pelo Ministério Público Federal dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no pagamento de propina de 868.450 dólares ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Se o juiz federal Sergio Moro aceitar a denúncia, o empresário vira réu e será julgado.
Segundo a denúncia do MPF, Mariano Marcondes Ferraz pagou propina a Costa no processo de renovação de um contrato de armazenagem e acostagem de navios no Porto de Suape, em Pernambuco. Firmado em 2006, o acordo chegou ao fim em 2011, quando a Petrobras teria resistido à renovação. Ferraz foi preso em outubro no Aeroporto de Guarulhos, de onde partiria para Londres, onde morava. Em novembro, o juiz federal Sergio Moro determinou sua soltura.
Os procuradores da Lava Jato afirmam na denúncia que o valor foi pago por meio de repasses a uma offshore a Ost Invest Finance Inc, mantida por familiares do ex-diretor da Petrobras no banco Lombar Odier, na Suíça.
O primeiro pagamento intermediado por Marcondes Ferraz a Paulo Roberto Costa, de 439.150 dólares, teria sido feito em 2011, “adiantamento” que levou o contrato a ser renovado, em maio de 2012.
As parcelas restantes da propina, um total de 433.300 dólares, conforme o MPF, foram divididas em cinco depósitos entre agosto de 2012 e fevereiro de 2014.
A Lava Jato identificou que os pagamentos à offshore de Costa foram feitos a partir das contas Tik Trading, Firmainvest e Firma Par, todas mantidas no exterior por Mariano Marcondes Ferraz.