Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Moro erra ao tentar criticar capa de VEJA

Ministro não responde sobre irregularidades evidentes em diálogos privados com Dallagnol

Por Roberta Paduan Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 jul 2019, 20h44 - Publicado em 6 jul 2019, 18h56

No começo da noite da sexta, 5, o Ministro da Justiça Sergio Moro postou em sua conta oficial no Twitter uma mensagem criticando VEJA. “Que constrangedor para a Veja a matéria abaixo. Será que tem resposta para isso ou vai insistir na fantasia, como na do juiz que favorece à acusação, mas que absolve os acusados no mesmo processo?”. Moro postou em seguida o link para um texto publicado por um site que tentou desmentir uma das informações da reportagem “Justiça com as próprias mãos”, feita em parceria entre VEJA e o site The Intercept Brasil: a de que, enquanto juiz da Lava Jato, Moro comunicava-se fora dos autos com membros do MPF por meio de um sistema privado de conversas, o Telegram.

De acordo com o texto citado pelo ministro da Justiça em seu Twitter, os contatos telefônicos de Moro com pedidos e cobranças ao MPF foram devidamente registrados na época dentro dos processos. Exemplo disso, ainda de acordo com o mesmo texto, seria o despacho datado do dia 2 de fevereiro de 2016. Ele está relacionado a um pedido da defesa de habeas corpus impetrado pela Odebrecht contra o envio de dados, incluindo extratos bancários, da Justiça Suíça à Lava Jato. Em determinado trecho do documento, Moro escreve o seguinte: “Intime-se o MPF, com urgência e por telefone (já que há acusados presos)”.

O pedido para fazer o telefonema registrado nos autos é um ato burocrático e comum nos processos da Lava Jato – e não tem absolutamente nada a ver com a flagrante irregularidade denunciada pela por VEJA (confira a arte e os documentos abaixo). Na reportagem, a revista cita um chat do Telegram entre Moro e Dallagnol sobre o mesmo assunto (habeas corpus Odebrecht) que começa no dia 2 de fevereiro e se estende até o dia 5. É uma conversa privada entre um juiz e um procurador tratando de detalhes de um processo.

O chat fora dos autos entre Moro e Dallagnol sobre o mesmo assunto:

telegram-iphone-2
(./.)

Moro informa sobre a petição a Dallagnol às 13h18 do dia 2 e diz que abrirá prazo para a manifestação do MPF. A oficialização do ato ocorre às 14h00 (o tal despacho no qual Moro manda intimar por telefone o MPF). No dia 4, às 15h06, Dallagnol envia a Moro pelo chat a peça “quase pronta” da manifestação do MPF. “Caso precise adiantar algo”, escreve Dallagnol. É uma irregularidade evidente. Trata-se do chefe da força-tarefa enviando a Moro um trabalho inacabado do MPF para que o juiz possa adiantar uma decisão.

Como se sabe, pela lei, um juiz determina prazos para manifestações da defesa e da acusação e, de posse das argumentações de cada um dos lados, arbitra a sentença. Não foi o que aconteceu nesse episódio. Dallagnol protocola a manifestação do MPF às 19h13 do dia 5 de fevereiro, quatro horas e sete minutos depois de enviar o “rascunho” da manifestação oficial. Cinco dias depois, Moro decide a favor do MPF. Esse é apenas um dos vários casos citados na reportagem de VEJA em que o ex-juiz não age de forma imparcial, atuando, na prática, como chefe e parceiro do MPF. Confira a reportagem completa.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.