O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a impor restrições às visitas ao tenente-coronel Mauro Cid, preso pela segunda vez em uma cela especial do Exército.
Entre as medidas, está a proibição de que o general da reserva Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o visite na cadeia. Os demais familiares estão liberados.
O general Lourena também é alvo das investigações da Polícia Federal – motivo usado como argumento para barrar o contato entre pai e filho.
Lourena Cid, que chefiou o escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami, está envolvido na venda de joias e presentes recebidos por Bolsonaro durante missões no exterior. A conta bancária do pai de Cid chegou a receber o depósito proveniente da revenda de relógios de luxo.
Em delação premiada, conforme revelou VEJA, Cid afirmou que ele e o pai entregaram todo o valor em mãos ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O valor superaria a cifra dos 300.000 reais.
General é barrado pela segunda vez
O ex-auxiliar de Bolsonaro foi preso em 22 de março após VEJA revelar áudios nos quais ele afirma que foi pressionado durante seu acordo de colaboração com a Polícia Federal a dizer informações que não sabia e a direcionar o seu depoimento. Na ordem de prisão, Moraes afirmou que Cid obstruiu a Justiça e descumpriu medidas cautelares.
Cid havia sido preso anteriormente em 3 de maio, e foi solto quatro meses depois, após firmar um acordo e passar a colaborar com as investigações. Durante a primeira vez em que Cid esteve preso, o pai dele – à época sem nenhuma justificativa – também chegou a ser proibido de fazer visitas à cela.
Depois, após questionamentos da defesa e inclusive da alta cúpula do Exército, Moraes reviu a decisão e autorizou o general Cid a encontrar o filho. Dessa vez, no entanto, o ministro não indica que vai mudar de postura.