A fatura está na mesa. Após salvar o mandato de Michel Temer e arquivar a denúncia por corrupção passiva, aliados do peemedebista estão de olho em uma das mais robustas pastas da Esplanada: o Ministério das Cidades. Partidos da base aumentaram a carga contra a presença do PSDB no governo, que rachou durante a votação da denúncia (foram 22 votos favoráveis, 21 contra e quatro ausências), e já travam uma batalha para ocupar a cadeira do tucano Bruno Araújo.
O “centrão”, grupo multipartidário que foi decisivo para salvar Temer, tenta migrar Gilberto Kassab (PSD), hoje ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, para Cidades. “O centrão não admite mais o PSDB. O presidente terá de fazer uma escolha”, diz um deputado. “De agora em diante, Temer terá dificuldades e, dependendo da atitude dele, vai ficar com a governabilidade comprometida.”
O PMDB também já se engalfinha pela pasta. O deputado Carlos Marun (MS), um dos mais aguerridos defensores de Temer na Câmara, fez chegar ao Planalto o seu sonho de assumir o Ministério das Cidades. Exalta, para isso, a sua experiência como secretário de Habitação em Mato Grosso. Hugo Motta (PB) é outro que sinalizou interesse em assumir o posto de Bruno Araújo.
Também comandada por um tucano, a Secretaria de Governo, hoje com Antonio Imbassahy à frente, também está na mira. A pasta é responsável pela articulação entre o Planalto e o Congresso e detentora da caneta que libera emendas, cargos e verbas vias programas ministeriais. Um dos que já demonstraram interesse em assumir o cargo é o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).
Ao menos por ora, porém, o governo não demonstrou interesse em desalojar o PSDB ou promover uma mudança na composição da Esplanada. Enquanto isso, seus mesmos aliados esticam a disputa por postos no 2º e 3º escalão.