Marinho recebeu para aproximar Odebrecht de Dilma e Gabrielli
Caso envolvendo o ex-prefeito de São Bernardo foi remetido aos procuradores da Operação Lava-Jato no Paraná
Durante o governo do ex-presidente Lula, a Odebrecht pagou 600.000 reais ao ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho (PT). Amigo de primeira hora de Lula, o petista recebeu a bolada para cumprir o papel de lobista na Petrobras. A missão de Marinho, segundo os delatores Alexandrino Alencar e Pedro Novis, era aproximar os executivos da empreiteira do alto comando da estatal. “Esses repasses seriam uma forma de se aproximar de Sergio Gabriellli e Dilma Rousseff, executivos da estatal à época, buscando se tratar da questão ‘Nafta’”, registra o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal.
Na decisão, não fica claro se Marinho cumpriu a contento o papel de interlocutor da Odebrecht frente a Gabrielli, então presidente da Petrobras, e a Dilma, então presidente do Conselho de Administração da estatal. O ministro Fachin acata pedido da Procuradoria-Geral da República para retirar o sigilo do caso e ainda determina o envio dos depoimentos dos delatores e das provas apresentadas pela empreiteira aos procuradores da Lava-Jato no Paraná. Como não tem foro privilegiado, o ex-prefeito de São Bernardo do Campo terá de responder às acusações perante o juiz Sergio Moro.