‘Mulheres de direita têm mais higiene’, diz filho de Bolsonaro
Em ato na Avenida Paulista em favor de seu pai, Eduardo Bolsonaro afirmou que a eleição deste ano será "igual" a de Donald Trump nos Estados Unidos
Após milhares de pessoas saírem às ruas contra Jair Bolsonaro (PSL) neste sábado, a campanha do candidato do PSL organizou atos em favor do capitão da reserva neste domingo. Ele não pode participar porque está se recuperando em casa da facada que levou no dia 6 de setembro. Na concentração da Av. Paulista, no centro de São Paulo, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), assumiu o seu lugar e discursou contra as mulheres que reprovam o seu pai. “As mulheres de direita são mais bonitas que as da esquerda. Elas não mostram os peitos nas ruas e nem defecam nas ruas. As mulheres de direita têm mais higiene”.
Também comparou seu pai ao presidente americano, Donald Trump, e pediu para todos votarem de verde e amarelo. “Vai ser lindo. Vai ser como Trump nos Estados Unidos”. E, como já virou praxe, questionou as pesquisas eleitorais que mostram que seu pai perde em todos os cenários de segundo turno, apesar de estar na frente no primeiro turno.
Os simpatizantes de Bolsonaro presentes ao ato bradavam que, se o deputado não vencer a eleição, é porque as urnas foram fraudadas. “Se ele não ganhar, vai ser roubado. Não vamos sair da rua se isso acontecer”, disse a empresária Helena Dias.
Já no fim da manifestação, uma forte chuva fez com que um grupo de manifestantes se abrigasse no vão livre do Masp. Lá, onde até pouco antes acontecia uma feira de artesanato, um grupo de jovens gritava “ele não” e palavras de ordem contra Bolsonaro. À princípio, os grupos se enfrentaram verbalmente, mas, antes que a PM pudesse interferir, alguns militantes trocaram socos e pontapés. A PM precisou “escoltar” um grupo que se posicionava contra Bolsonaro para fora do vão livre. Policiais afirmaram que não houve detenção.
Durante a manifestação pelo menos dois profissionais de imprensa foram agredidos com cabeçadas e empurrões enquanto tentavam filmar uma discussão entre militantes pró-Bolsonaro e pessoas que passavam pela Paulista.
Em Brasilia, a manifestação começou cedo e com mais de 10.000 veículos em uma carreata na Esplanada dos Ministérios.
Neste sábado, no mesmo dia em que Bolsonaro recebeu alta do hospital, ele foi alvo de manifestações contrárias que dezenas de cidades do Brasil e do exterior – os dois maiores atos aconteceram no Largo da Batata, na Zona Sul de São Paulo, e na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Sob o slogan #EleNão, a campanha foi criada dentro de um grupo no Facebook que reúne 3,8 milhões de mulheres. As lideranças do movimento afirmam que a campanha é para alertar a população sobre as ideias de Bolsonaro, consideradas pelos participantes como “fascistas e machistas”.
Intenções de voto
Capitão da reserva e deputado federal por sete mandatos, Bolsonaro vinha liderando as recentes pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno. Hoje, pela primeira vez, o candidato aparece tecnicamente empatado com o presidenciável do PT, Fernando Haddad, conforme os resultados da pesquisa do instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
O levantamento divulgado neste domingo mostra Bolsonaro com 28,2% das intenções de voto e Haddad com 25,2% da preferência dos entrevistados. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Considerando essa margem, Bolsonaro pode ter entre 26% e 30,4%. Já Haddad pode ter entre 23% e 27,4%.
(Com Estadão Conteúdo)