Aparentemente, mudou a relação entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Jair Bolsonaro (PSL). Depois de ter sido elogiado em cadeia nacional de televisão por Bolsonaro um dia antes, Maia afirmou nesta quinta-feira, 25, que o presidente entrou de vez na articulação para a aprovação da reforma da Previdência.
“O presidente já entrou (na articulação), esse assunto está encerrado”, disse Maia, que fez referência ao pronunciamento de Bolsonaro. “O presidente deu uma sinalização de mudança de rumo e nós agradecemos”, comentou.
Para Maia, a avaliação do governo Bolsonaro, que é de 35% de “ótimo” e “bom” segundo pesquisa CNI/Ibope divulagada na quarta-feira, 24, a pior de um governo recém-eleito desde a redemocratização, é positiva, em virtude da turbulência econômica pela qual o Brasil passa. “Ele tem aprovação de 35%. Alguns acham que é pouco. Para a crise que nós vivemos, qualquer governo com 35% de ótimo e bom é muito bem avaliado. E essa avaliação vai nos ajudar a aprovar a reforma da Previdência”.
As falas de Maia foram feitas durante uma visita à convenção nacional do PP, realizada nesta quinta-feira em Brasília. Mais cedo, ele anunciou as escolhas dos deputados federais Marcelo Ramos (PR-AM) e Samuel Moreira (PSDB-SP) para as posições de presidente e relator da comissão especial que analisará a reforma, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O presidente da Câmara voltou a cobrar os governadores de estados em dificuldade financeira a pressionarem seus deputados para apoiarem o texto. “Os governadores têm uma capacidade de convencimento grande, senão não seriam governadores”, comentou.
Segundo Maia, a comissão especial não deve ter nenhuma movimentação antes do feriado de 1º de maio, período que Ramos e Moreira devem destinar a ouvir os líderes dos partidos e formular um calendário definitivo para a tramitação do texto. A expectativa do presidente da Câmara é que essa agenda seja divulgada até o dia 6 de maio.