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Mãe de suspeito de ligação com milícias foi assessora de Flávio Bolsonaro

Raimunda Magalhães é citada em relatório do caso Queiroz; senador eleito diz desconhecer atos e acusa campanha difamatória

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jan 2019, 17h04 - Publicado em 22 jan 2019, 12h03

O ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega é um dos alvos da operação realizada na manhã desta terça-feira, 22, para prender suspeitos de envolvimento com a milícia que atua nos bairros de Rio das Pedras e Muzema, na Zona Norte do Rio. Adriano não foi encontrado e está foragido.

Magalhães, que foi expulso da Polícia Militar em 2014 por ter feito segurança pessoal para José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, da máfia dos caça-níqueis, tem pelo menos duas conexões com o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.

Em 2005, ele foi homenageado com a Medalha Tiradentes, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, depois de um projeto de lei de Flávio Bolsonaro. Além disso, a mãe dele, Raimunda Veras Magalhães, foi citada no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como uma das funcionárias do senador eleito que fizeram repasses a Fabrício Queiroz, ex-assessor investigado por movimentações de 7 milhões de reais ao longo de um período de três anos.

Raimunda aparece na última folha de pagamento da Alerj, a de novembro, com um salário bruto de 4.326,70 reais. A mulher de Adriano, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, também atuou no gabinete de Flávio Bolsonaro. O Ministério Público disse que não tinha conhecimento da relação entre o deputado estadual e a família do denunciado e que ele não é citado na investigação.

Em nota, Flávio Bolsonaro diz que ela foi contratada por indicação de Queiroz, que era responsável por supervisioná-la. “Não posso ser responsabilizado por atos que desconheço, só agora revelados com informações desse órgão”. Na visão do senador eleito, ele “continua a ser vítima de uma campanha difamatória com o objetivo de atingir o governo de Jair Bolsonaro”

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“Quanto ao parentesco constatado da funcionária, que é mãe de um foragido, já condenado pela Justiça, reafirmo que é mais uma ilação irresponsável daqueles que pretendem me difamar”, segue o senador eleito. Flávio Bolsonaro diz que a medalha Tiradentes dada a Adriano é uma de “centenas” que concedeu a militares. “Aqueles que cometem erros devem responder por seus atos”.

O ex-assessor Fabrício Queiroz, por meio de sua defesa, disse “repudiar veementemente qualquer tentativa espúria de vincular seu nome a milícia no Rio de Janeiro”. Queiroz acusa o que chama de “grande desumanidade”, na obtenção e divulgação dos documentos do Coaf pela imprensa. Ele também diz ter pedido acesso aos mesmos documentos em três oportunidades, mas teve as solicitações negadas.

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