Em suas últimas declarações, o presidente Lula tem buscado enfatizar que, no próximo ano, vai dedicar a sua agenda a viajar pelo Brasil e se aproximar das principais demandas da população.
“A partir de 2024, é viajar o Brasil, é conversar com o povo, é fazer investimento na educação, no ensino médio. É fazer investimento na saúde, na geração de emprego, na cultura”, disse ele na na última terça-feira, 31.
E complementou: “Ou seja, agora eu, particularmente, vou me dedicar a viajar o Brasil. A conversar com prefeitos, com governadores, com sindicalistas, com a juventude, com estudante, para que a gente possa colocar o Brasil definitivamente no centro da democracia em todos os países do mundo”.
A promessa embute uma preocupação. Como mostra reportagem de VEJA, o presidente priorizou neste primeiro mandato a agenda internacional, viajando por 21 países ao longo de dez meses. Enquanto isso, agendas importantes do país foram alijadas da pauta presidencial, e assuntos internos de extrema relevância acabaram em banho-maria.
Pesquisas indicaram que a população não vê o giro internacional com a mesma empolgação do presidente, e avalia que as viagens são tão excessivas quanto pouco efetivas. Entre agosto e outubro, a aprovação ao governo caiu de 60% para 54%, conforme mostrou levantamento feito pela Quaest.
Lula, então, passou a prometer voltar suas atenções ao Brasil – mas só no ano que vem. O presidente tem pelo menos mais três viagens internacionais neste ano: vai à COP 28, em Dubai, no início de dezembro, com uma passagem, antes, pela Arábia Saudita. O presidente também tem programada uma ida para a Alemanha. Assim, ele deve encerrar 2023 com um giro em 23 países.