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Lula ficou contrariado com a ministeriável Gleisi Hoffmann

Após o pacote de corte de gastos ser autorizado pelo presidente, não caberia à deputada, que é do partido do governo, endossar um manifesto contra a iniciativa

Por Daniel Pereira 17 nov 2024, 11h34

O presidente Lula ficou contrariado com a deputada Gleisi Hoffmann, comandante do PT, por ela ter endossado um manifesto de movimentos sociais e partidos políticos contra o pacote de corte de gastos em gestação no governo. A reclamação se deu mais pela forma do que pelo conteúdo. Lula e Gleisi sempre fazem ressalvas a propostas de ajuste, alegando que são fruto de pressão do mercado e podem comprometer programas sociais e investimentos públicos. Há um alinhamento de pensamento entre eles.

A questão é que o presidente, diante da escalada da cotação do dólar e do risco crescente de desequilíbrio das contas públicas, autorizou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a elaborar um pacote para conter o crescimento das despesas obrigatórias. Tomada essa decisão, caberia ao PT, partido do governo, mesmo que a contragosto, apoiá-la — e não contestá-la. Internamente, o debate pode até continuar, mas sob os holofotes, segundo Lula, não é aceitável que a dirigente petista mine publicamente as ações em curso.

Recado dado

Dois quadros da confiança do presidente reagiram à iniciativa de Gleisi. Um deles foi Emídio de Souza, ex-presidente do PT de São Paulo: “Evidentemente que o partido pode e deve debater o governo, suas medidas e sua conduta e oferecer alternativas ao que não considera adequado, mas jamais num clima de confrontação e muito menos na mídia”.

O outro foi o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, favorito de Lula para suceder Gleisi no comando do PT. Em entrevista às Páginas Amarelas da nova edição de VEJA, ele declarou ao ser perguntado sobre o endosso da deputada ao manifesto: “O desejável é que a discussão tivesse sido esgotada internamente”. Depois, sobre os inúmeros embates entre Gleisi e Haddad, afirmou: “Não acho que a Gleisi tenha de abrir mão de suas convicções, mas não pode enfraquecer o ministro da Fazenda. Isso é tirar força do próprio governo”.

Nova missão

Diante das reações, Gleisi alegou que sua crítica não foi ao plano de corte de gastos em si, mas a uma pressão exercida pelo mercado e alguns meios de comunicação. “Eles esperam impor ao governo e ao país o sacrifício dos aposentados, dos trabalhadores, da saúde e da educação, que pode até combinar com o neoliberalismo frenético do governo passado, mas não com o governo que foi eleito para reconstruir o país. Invertem a equação da economia real, que pede mais crédito e investimentos, e ameaçam com mais juros e mais especulação com o câmbio”, escreveu numa rede social.

O mal-estar causado não deve mudar os planos de Lula para a deputada. O presidente reconhece a importância da atuação dela à frente do PT principalmente no período em que ele estava preso em decorrência da Operação Lava-Jato. Além disso, considera Gleisi um quadro qualificado e combativo, que no ano que vem, segundo auxiliares de Lula, provavelmente dará expediente como ministra de Estado, provavelmente numa pasta lotada no Palácio do Planalto.

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