“Fizemos a questão de colocar a palavra ‘obrigatoriedade’ (na lei). Se trabalha na mesma função, com a mesma competência, a mulher tem o direito de ganhar o mesmo salário”.
Foi com essa declaração que o presidente Lula fez uma grande jogada no Dia da Mulher, atingindo o ponto fraco de Jair Bolsonaro – líder da extrema-direita, mas também o principal político de oposição no Brasil.
Lula sabe muito bem que o segmento deu a ele – durante toda a campanha – a dianteira sob Bolsonaro. Mas não é só isso. O petista de fato tem um histórico de ações em favor das mulheres (em especial no seu primeiro mandato).
Neta quarta, 8, ao lado das 11 ministras que nomeou para o seu primeiro escalão – recorde mesmo se contarmos o governo Dilma -, o petista prometeu uma uma série de ações com o objetivo de quebrar essa disparidade de gênero.
Entre elas, por exemplo, multa de dez vezes o maior salário pago na empresa em caso de descumprimento da paridade, como mostrou VEJA mais cedo.
Na política macro, a ideia é manter acesa essa imagem do atual presidente com as mulheres. Mas, interlocutores do presidente admitem que a ideia é também ampliar o abismo entre ele e o “machista Bolsonaro”.
“A igualdade de gênero não virá da noite para o dia, mas precisamos acelerar esse processo. E, se dependesse desse governo, a desigualdade acabaria hoje mesmo por um simples decreto do presidente”.
O decreto pode não ter saído hoje, mas serão quatro anos mostrando essa diferença para evitar uma derrota em 2026 – seja quem for o candidato da esquerda.