Após amargar uma derrota de mais de um milhão de votos no primeiro turno no Rio de Janeiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a intensificar a presença no estado, o terceiro maior colégio eleitoral do país. Os atos têm ocorrido na áreas periféricas da capital e na Baixada Fluminense, lugares que concentra a maior parte do eleitorado.
Nesta quinta-feira, ele visitou o bairro de Padre Miguel, na Zona Oeste, ao lado do prefeito Eduardo Paes (PSD), Nas eleições de 2020, o alcaide dominou a votação na região. Durante discurso, o ex-presidente tratou de explorar falas recentes do ministro da economia Paulo Guedes para aumentar a rejeição de Jair Bolsonaro (PL)
“Eu vi, esta semana, a notícia de que o Guedes queria privatizar as praias. Os lugares mais democráticos do nosso país, onde rico e pobre ficam em comunhão. Outra coisa, saiu a notícia hoje de manhã de que Paulo Guedes pretende desvincular o salário mínimo da inflação. Isso significa que vocês, pessoas mais pobres, vão ficar sem aumento no salário suado de vocês”, afirmou.
Lula também tratou de mandar recados indiretos à campanha adversária. Durante o ato, vestiu um boné em que estava escrito “Zona Oeste”. Na semana passada, durante visita ao Complexo do Alemão, ele havia utilizado um outro chapéu com a sigla “CPX”, o que nas redes bolsonaristas foi explorado falsamente como sendo a sigla de uma facção criminosa. Na realidade, trata-se da abreviação da palavra “complexo”.
O episódio foi relembrado no debate do último domingo na Band. Bolsonaro chegou a dizer que Lula teria se encontrado “somente com bandidos”, o que foi rebatido pelo ex-presidente que argumentou que na favela tinha muita gente trabalhadora.
A visita a Padre Miguel deve ser a última no Rio durante a campanha. Após o segundo turno, além do Alemão, ele esteve em Belford Roxo e São Gonçalo.