Lula e Moro ficarão frente a frente pela terceira vez em 11 de setembro
Juiz marcou depoimento do ex-presidente no processo sobre o sítio de Atibaia, reformado por empreiteiras ao custo de 1 milhão de reais
O juiz federal Sergio Moro marcou nesta quarta-feira, 20, a data do interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo da Operação Lava Jato referente ao sítio de Atibaia (SP). Moro e Lula ficarão frente a frente pela terceira vez no dia 11 de setembro – a primeira desde que o petista foi preso, em 7 de abril. A oitiva foi agendada por Moro para as 14h.
Lula já havia sido ouvido pelo magistrado no processo que trata do tríplex do Guarujá (SP), no qual foi condenado em primeira e segunda instâncias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e no que apura as compras, pela Odebrecht, de um terreno para a construção do Instituto Lula, em São Paulo, e de uma cobertura vizinha à dele em São Bernardo do Campo (SP). O ex-presidente está detido na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para cumprir a pena de 12 anos e 1 mês de prisão a que foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) no caso do imóvel no litoral paulista.
Além do petista, tiveram depoimentos marcados por Sergio Moro os demais acusados na ação penal. Os ex-executivos da Odebrecht Alexandrino Alencar e Carlos Armando Paschoal e o engenheiro Emyr Costa Diniz falarão ao juiz no dia 27 de agosto; Emílio e Marcelo Odebrecht serão ouvidos no dia 29 de agosto; os ex-executivos da OAS Léo Pinheiro, Agenor Franklin Medeiros e Paulo Gordilho prestarão depoimento no dia 3 de setembro; o ex-assessor presidencial Rogério Aurélio Pimentel, o empresário Fernando Bittar e o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, falarão no dia 5 de setembro. O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, será ouvido, assim como ele, no dia 11 de setembro.
Na ação penal referente ao sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), frequentado por Lula e sua família, o petista responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no suposto recebimento de 1 milhão de reais em propinas das empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin por meio de reformas e da construção de benfeitorias na propriedade. Formalmente, os donos do sítio são os empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, amigos de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho primogênito de Lula.