Lula diz que adversários terão de ‘arcar com preço’ de sua prisão
Em vídeo divulgado na internet, ex-presidente reafirmou sua inocência e disse esperar que o processo do tríplex seja revisto por tribunais superiores
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em vídeo divulgado nesta quarta-feira (7) que se tornará um preso político caso tenha a prisão decretada no caso do apartamento tríplex no Guarujá (SP), e afirmou que seus adversários terão de “arcar com o preço” de prendê-lo.
“Se não provarem um real na minha conta, se não provarem um dólar na minha conta, se não provarem uma telha na minha conta que não seja minha, eu terei que ser considerado um preso político. E eles então terão que arcar com uma responsabilidade de ter a pessoa que foi o melhor presidente do Brasil, a pessoa que lidera todas as pesquisas de opinião pública — qualquer uma, seja feita por inimigo ou amigo —, ou seja, eles vão ter que arcar com o preço de decretar minha prisão”, disse.
Lula também disse esperar que o processo do tríplex seja revisto por tribunais superiores. O vídeo foi divulgado no dia seguinte à decisão unânime da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de negar pedido de habeas corpus da defesa do petista que buscava impedir que ele fosse preso após esgotados os recursos no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) contra a condenação a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Lula pode ser impedido de disputar a eleição por causa da Lei da Ficha Limpa, que determina a inelegibilidade de condenados por órgãos colegiados da Justiça. No vídeo, ele também negou a possibilidade de sair do país para evitar ser preso. Além do processo do tríplex, o ex-presidente ainda enfrenta outras ações que tramitam em varas federais de Curitiba e Brasília e também no Supremo Tribunal Federal (STF).
O petista é acusado de ter recebido o tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, como propina paga pela empreiteira OAS, em troca de contratos na Petrobras. Ele nega ser dono do imóvel e afirma ser alvo de uma perseguição política promovida por setores do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal com o objetivo de impedi-lo de ser novamente candidato à Presidência.
Após a derrota de terça-feira (6) no STJ, a defesa de Lula cobrou que o STF analise um pedido de habeas corpus impetrado na corte no começo de fevereiro, e o PT divulgou nota cobrando que o Supremo analise ações que questionam entendimento da corte de início de cumprimento da sentença após condenação em segunda instância.