Justiça afasta Sérgio Camargo da gestão de funcionários da Palmares
Ministério Público do Trabalho diz que presidente da entidade praticou perseguição político-ideológica, discriminação e tratamento desrespeitoso
A 21ª Vara do Trabalho de Brasília decidiu, nesta segunda-feira, 11, impedir Sérgio Camargo de participar da gestão de pessoas na Fundação Palmares, onde exerce o cargo de presidente. Com a determinação, ele fica impedido de nomear ou exonerar funcionários, ato que poderá ser feito apenas pelo presidente Jair Bolsonaro ou por alguma autoridade indicada por ele.
A decisão é do juiz do trabalho Gustavo Carvalho Chehab, da 21ª Vara do Trabalho de Brasília, em ação do Ministério Público do Trabalho que pede o afastamento de Camargo do cargo por denúncias de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação contra funcionários da instituição.
O juiz impôs multa diária de R$ 5 mil caso sejam descumpridas as decisões. Ele determinou ainda a proibição de manifestações em redes sociais dos perfis da Fundação Palmares e do próprio Camargo em desfavor de trabalhadores, ex-trabalhadores, testemunhas da ação, de representantes e órgãos da Justiça e da imprensa.
Gustavo Carvalho Chehab também pediu que o Twitter seja oficiado e forneça mensagens postadas pelos perfis da Palmares e de Camargo desde novembro de 2019, “mesmo as que tiverem sido excluídas”.
Sérgio Camargo e a Fundação Palmares não falaram sobre o assunto de forma oficial, mas, nas redes sociais, Camargo postou uma foto seguido do: “A cada ataque me fortaleço mais. Sigamos!”.
A cada ataque me fortaleço mais. Sigamos! pic.twitter.com/JK8rNY9Lyf
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) October 11, 2021
A nomeação de Sérgio Camargo para a presidência da Fundação Cultural Palmares foi oficializada em 27 de novembro de 2019 e gerou uma série de críticas e indignação. Antes de ser nomeado, ele já havia causado polêmica ao classificar o racismo no Brasil como “nutella”, entre outras declarações.