O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse nesta terça-feira, 8, ser “compreensível” a decisão do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa de não ser candidato à Presidência da República pelo partido nas eleições deste ano. De acordo com Siqueira, “essa dúvida [de disputar ou não o Planalto] ele sempre teve” e a decisão não foi “uma surpresa”.
“Nós nunca asseguramos a legenda para ele, assim como ele nunca assegurou para nós que seria candidato. Então, estava dentro do combinado”, comentou. O presidente do PSB afirmou que Barbosa o avisou nesta manhã, por telefone, dizendo “que refletiu muito e que tinha decidido não ser”.
O ex-presidente do STF alegou, diz, questões pessoais para não disputar. “Disse a ele que era compreensível, porque é uma decisão de foro muito íntimo ser ou não candidato em uma eleição”, completou.
Carlos Siqueira contou que, na semana passada, ele havia se reunido com Barbosa para acertar a contratação de assessores e o agendamento de encontros com economistas e especialistas na área social para discussão de um futuro plano de governo. “Tomamos uma série de decisões, mas ele recuou”, declarou.
O presidente disse que o partido vai discutir o que fazer a partir de agora nas próximas semanas. “Vamos discutir esse assunto posteriormente”, declarou. A VEJA, o governador de São Paulo, Márcio França, afirmou que o indicativo atual é o de que o PSB não tenha candidato.
“A candidatura do ministro Joaquim, um nome forte e respeitado, era honrosa para o PSB. Agora, acredito que a tendência é não ter candidato, o que é sempre mais fácil, mas ainda vamos discutir esse assunto”, afirmou.
França integra uma ala que defende uma aliança com Geraldo Alckmin (PSDB), enquanto diretórios da região nordeste simpatizam com candidaturas mais à esquerda, como Ciro Gomes (PDT) ou o nome que será apresentado pelo PT. A neutralidade, nesse caso, poderia ser a saída para evitar uma ampliação das divergências partidárias.
Após meses de especulações e articulações de bastidores, Barbosa anunciou sua decisão de não disputar o pleito deste ano em sua conta no Twitter. “Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República”, escreveu o ex-ministro, que havia se filiado ao PSB no começo de abril.
(Com Estadão Conteúdo)