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João Doria: “O Brasil tem jeito”

O governador falou a VEJA sobre a vitória nas duras prévias tucanas e pregou a união do partido como uma de suas prioridade

Por Bruno Ribeiro, João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 dez 2021, 10h33 - Publicado em 3 dez 2021, 06h00

O governador João Doria falou a VEJA sobre a vitória nas duras prévias tucanas, pregou a união do partido como uma de suas prioridades e alertou que, se não caminharem juntos, desde o primeiro turno, os candidatos da terceira via vão deixar a disputa para o Palácio do Planalto em 2022 entre Lula e Bolsonaro. “Seria um pesadelo”, afirma.

LEITA TAMBÉM: Os desafios de Doria para se tornar o nome da terceira via em 2022

É possível pacificar o partido após as prévias? O PSDB saiu fortalecido. Foram seis meses de campanha e cada um dos candidatos visitou mais de vinte estados. Isso legitima e também fortalece o nome que se consagrou nas prévias do PSDB. Agora, o caminho é do diálogo. Foi assim em 2016 e em 2018, quando venci outras duas prévias no PSDB em São Paulo.

Como pretende enfrentar a rejeição a seu nome, dentro e fora do mundo político? Com trabalho, com humildade e com paciência. Tanto o eleitor quanto aqueles que formam as castas dos partidos, não é só o PSDB, têm as suas vontades, os seus desejos, os seus anseios, suas restrições. É parte do jogo. Se você entende assim, administra com mais seriedade e pauta a sua conduta pelo diálogo, pelo entendimento, pela compreensão e pela busca da unidade.

Qual será o tom de sua campanha presidencial? Falaremos muito do bom exemplo de São Paulo. Estamos fazendo um governo honesto, transparente, social, que atua para a redução da pobreza e dá oportunidade das pessoas vulneráveis terem alimento no prato, vacina no braço. Depois, com um governo transformador do ponto de vista econômico, é o maior PIB do Brasil, maior geração de emprego entre todos os estados brasileiros. Não é a expectativa do que se pode fazer, é o que se fez de fato. Com equipe, com time. Até os adversários reconhecem que fazemos um bom governo. Sou candidato para acabar com a fome e trazer o emprego de volta.

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Quais serão as principais plataformas? Emprego e saúde. Saúde, porque São Paulo trouxe a vacina, 110 milhões de doses. A vacina salvou filhos, pais, avós, irmãos, e as pessoas reconhecem isso. São Paulo também foi o estado que mais gerou empregos em 2021. Isso muda a vida das pessoas, a oportunidade de renda, emprego, dignidade. São Paulo é o espelho do país. Numa campanha, você tem de contar isso. O Brasil é um país com um potencial gigantesco, mas tem de ser trabalhado com a visão correta para que o Nordeste tenha o potencial dos seus recursos elevado, e não a visão apenas assistencialista, o mesmo em relação ao Norte e a outras regiões. O Brasil tem jeito. Venceremos a corrupção e a incompetência.

Assumir o “calça apertada” marcou uma mudança em seu estilo de comunicação. Num vídeo recente, o senhor é apresentado como o “chato que o país precisa”. Divulgar uma candidatura a partir dos “defeitos” não é perigoso? É o caminho da sinceridade e da autenticidade. A verdade, com suas virtudes e seus defeitos. Se ser chato é ser dedicado, se ser chato é trabalhar dezesseis horas por dia, se ser chato é ser honesto, se ser chato é dar prioridade à saúde, educação, emprego, proteção ambiental, habitação social e segurança pública, então, eu sou um chato.

Mesmo dizendo que não trouxe a vacina em busca de dividendos eleitorais, decepciona não ver esse esforço ser reconhecido nas pesquisas? É compreensível, porque não é só trazer a vacina, é tomar as medidas que a ciência determina, a quarentena, uso de máscara, isolamento, restrição de comércio. Tudo isso gerou inconformidades. As pessoas não receberam isso bem, ainda mais diante de um clima de beligerância dado pelo Bolsonaro.

O que explica o eleitorado ainda muito fiel a Lula e Bolsonaro? São dois populistas, extremistas. Em país sem uma liderança consciente, respeitável, os populistas se ressaltam. Bolsonaro vai entregar o Brasil arrasado, liquidado, na pior situação de entrega de governo da história nos últimos cinquenta anos. O PT, partido de Lula, não entregou o governo ao presidente Temer após o impeachment no estado que Bolsonaro vai entregar ao seu sucessor.

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Considerando o clima de polarização entre essas duas candidaturas favoritas até o momento, o que espera da eleição? A eleição será a mais dura e mais suja da história. Ou você está preparado para enfrentar as adversidades, as narrativas mentirosas, a agressividade, as intimidações, ou você já começa a campanha como um perdedor. Esperar de extremistas uma campanha elevada é acreditar em Papai Noel. Nem Bolsonaro nem Lula farão campanhas altivas. Serão campanhas sujas, duras e intimidadoras.

Existe uma chance real de união entre candidaturas da terceira via? Se esse centro democrático liberal-social não tiver a capacidade de construir uma candidatura forte para o primeiro turno, a eleição será decidida entre Lula e Bolsonaro. Aí será o pesadelo. Mas acredito na união e na força do diálogo.

A exemplo do que ocorreu na sua eleição à prefeitura de São Paulo, em 2016, e ao governo do estado, em 2018, o senhor é considerado agora um “azarão” na corrida presidencial. Isso o incomoda? Pelo contrário, me sinto estimulado. Cada vez que dizem que não vai dar, que não vai ganhar, que não vai vencer, eu potencializo, aumento minhas horas de trabalho, minha dedicação… Exatamente para demonstrar o contrário. Posso até perder uma eleição, mas isso não ocorreu até agora. O fato é esse. Nosso histórico é de vitórias.

Publicado em VEJA de 8 de dezembro de 2021, edição nº 2767

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