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Janaina Paschoal diz se arrepender de voto e pede afastamento de Bolsonaro

Deputada estadual afirmou que o presidente cometeu um crime contra a saúde pública ao ter confraternizado com manifestantes num ato de domingo, em Brasília

Por Edoardo Ghirotto
Atualizado em 16 mar 2020, 16h15 - Publicado em 16 mar 2020, 15h56

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) afirmou em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo que o presidente Jair Bolsonaro deve ser afastado de suas funções após ter endossado e participado das manifestações realizadas neste domingo, 15. Janaina classificou a decisão de Bolsonaro de confraternizar com apoiadores em frente ao Palácio do Planalto como um “crime contra a saúde pública” em meio à pandemia do coronavírus.

O presidente havia recebido a recomendação para ficar isolado até realizar um novo teste para o coronavírus. Ele teve a rotina alterada desde que integrantes de sua comitiva na viagem aos Estados Unidos, na última semana, foram diagnosticados com a doença.

“Quando as autoridades têm o poder e o dever de tomar providências para evitar um resultado danoso, e assim não procedem, elas respondem por esse resultado. Isso é homicídio doloso. Será atribuído ao governador do estado de São Paulo, será atribuído ao presidente da República, principalmente ao presidente da República, porque o que ele fez ontem é inadmissível, é injustificável, é indefensável. É um crime contra a saúde pública. Ele desrespeitou a ordem do seu ministro da Saúde”, afirmou Janaina, que pediu para o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), assumir a chefia do Executivo Federal.

“Esse senhor tem que sair da Presidência da República. Deixa o Mourão, que entende de defesa. Nosso país está entrando numa guerra contra um inimigo invisível. Deixa o Mourão que é treinado para a defesa conduzir a nação. Não tem mais justificativa. Como um homem que está possivelmente infectado vai para o meio da multidão? Como um homem que faz uma live na quinta e diz pra não ter protestos vai participar desses mesmos protestos e mandam as deputadas que são paus mandados dele chamar o povo para a rua. Eu me arrependi do meu voto. Que país é esse? Como esse homem vai lá, potencialmente contaminando as pessoas, pegando nas mãos e beijando? Ele está brincando? Ele acha que ele pode tudo? As autoridades têm que se unir e pedir para ele se afastar. Nós não temos tempo para um processo de impeachment. Estamos sendo invadidos por um inimigo invisível e precisamos de pessoas capazes e competentes para conduzir a nação. Quero crer que o Mourão possa fazer esse trabalho por nós”, declarou.

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Janaina Paschoal foi cotada para ser vice-presidente de Bolsonaro, mas desistiu da empreitada alegando questões pessoais. A deputada, que é advogada, foi uma das autoras do pedido de impeachment que resultou na cassação de Dilma Rousseff (PT).

Na quinta-feira, 12, sob pressão das autoridades sanitárias e ainda sem saber o resultado do primeiro teste que havia feito para o coronavírus, Bolsonaro pediu numa live de Facebook e num pronunciamento em rede nacional para que fossem repensados os protestos de domingo, convocados originalmente contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Diante da recusa de parte dos manifestantes, Bolsonaro circulou de carro por Brasília e se dirigiu ao Palácio do Planalto, onde cumprimentou apoiadores e tirou selfies com os celulares de diversas pessoas que estavam no local.

Criticado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pelo do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Bolsonaro fez um desafio aos parlamentares: “gostaria que eles saíssem às ruas como eu”. O presidente ainda reclamou do que considera ser uma “histeria” com o coronavírus, embora a pandemia já tenha provocado a morte de mais de 6.000 pessoas em todo o mundo.

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