Investir menos em sociologia e filosofia não gera emprego e renda, diz FHC
Tucano critica medida anunciada pelo governo Bolsonaro, classifica decisão como 'casca de banana' e afirma que ela não resolve o que 'conta para o povo'
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comentou nesta sexta-feira, 26, o anúncio do governo Bolsonaro de que vai reduzir investimentos nos cursos de filosofia e sociologia e priorizar “áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina”. Sociólogo formado pela Universidade de São Paulo (USP), FHC escreveu no Twitter que “preocupa o rumo do governo” e que a medida é mais uma “casca de banana” jogada pela própria equipe de Jair Bolsonaro.
A proposta de reduzir investimentos nos cursos, elogiada e referendada por Bolsonaro no Twitter, foi anunciada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante uma transmissão ao vivo no Facebook, ao lado do presidente. O ministro não detalhou como a “descentralização de investimentos” funcionará, mas disse que os alunos atuais não serão afetados e adiantou se espelhar no Japão, país que tomou medidas semelhantes na área da educação.
“O Japão que é um país que está tirando dinheiro público, do pagador de imposto, de faculdades para a pessoa que já é muito rica, como, por exemplo, filosofia. Pode estudar filosofia? Pode, com dinheiro próprio”, disse Weintraub.
Ainda no exemplo japonês, o ministro da Educação também mencionou Sociologia como um curso que poderia ter investimento menor. Seguidor das ideias do escritor conservador Olavo de Carvalho, Abraham Weintraub já defendeu o combate ao “marxismo cultural” nas universidades.
Em sua mensagem no Twitter sobre o tema, Jair Bolsonaro foi além e incluiu a expressão “humanas” para mostrar que esse redirecionamento de gastos pode ser ainda mais amplo.