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Investigação de Flávio Bolsonaro atinge assessor de Mourão

O advogado João Henrique Nascimento de Freitas, assessor direto do vice-presidente, trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro e terá sigilo quebrado

Por Da redação
Atualizado em 18 Maio 2019, 15h06 - Publicado em 18 Maio 2019, 12h22
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  • A quebra de sigilo bancário e fiscal decretada pela Justiça do Rio na investigação envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) alcançou um assessor direto do vice-presidente Hamilton Mourão, o advogado João Henrique Nascimento de Freitas, que também é o atual presidente da Comissão de Anistia.

    Freitas entrou na lista das 86 pessoas atingidas pela medida solicitada pelo Ministério Público do Rio porque trabalhou durante sete anos como assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), entre 2005 e 2012. Promotores investigam um suposto esquema de desvio de dinheiro no gabinete do ex-deputado estadual conhecido como “rachadinha”, no qual funcionários são obrigados a devolver parte do salário ao parlamentar. 

    Na última quinta (16), VEJA revelou os indícios apontados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro na ocasião da quebra de sigilo do filho de Bolsonaro. Segundo o documento, o senador utilizou a compra e venda de imóveis no Rio de Janeiro para lavar dinheiro.

    Segundo os promotores, entre 2010 e 2017, o então deputado estadual lucrou 3,089 milhões de reais em transações imobiliárias em que há “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas”. No período, ele investiu 9,425 milhões de reais na compra de dezenove imóveis, entre salas e apartamentos. Faturou mais no mercado imobiliário do que como deputado.

    Investigados no Senado

    Outros seis investigados estão lotados no Senado, sendo que cinco continuam no gabinete de Flávio Bolsonaro: Fernando Nascimento Pessoa, Lygia Regina de Oliveira Martan e Miguel Ângelo Braga Grillo, ganhando cada um R$ 22,9 mil de salário em Brasília, e Alessandra Esteves Marins e Juraci Passos dos Reis, que recebem R$ 8,9 mil cada no escritório político no Rio. 

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    O sexto é Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio. Primo de Flávio, ele trabalhou no gabinete do ex-deputado entre 2006 e 2012 e hoje está lotado no gabinete do senador Chico Rodrigues (DEM-RR).

    O assessor de Mourão é o único dos 86 alvos da quebra de sigilo decretada pela Justiça do Rio que ocupa cargo no governo federal, segundo levantamento feito pelo jornal no Diário Oficial da União. Em seu perfil divulgado na internet, Freitas afirma ter atuado como assessor jurídico e chefe de gabinete de Flávio na Alerj. Em janeiro, Freitas foi nomeado assessor especial do vice general Mourão, com remuneração bruta de R$ 13,6 mil, despachando no anexo II do Palácio do Planalto. Em março, foi nomeado pela ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) como presidente da Comissão de Anistia, instituída em 2002 com o objetivo de reparar as vítimas de atos de exceção ocorridos entre 1946 e 1988 no País. 

    O Ministério Público Federal pediu a anulação da nomeação na Justiça por causa da ação de Freitas contra determinadas anistias no passado. O pedido foi negado pela Justiça neste mês.

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    Senador nega irregularidades e critica ‘vazamentos’

    Procurada pela reportagem, a assessoria da Vice-Presidência da República informou que o assessor João Henrique Nascimento de Freitas não se manifestaria sobre a quebra de sigilo e que o vice Hamilton Mourão estava em viagem oficial ao Líbano. 

    Em nota, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou que todos os assessores citados “têm reputação ilibada, larga e comprovada experiência” e que “o fato de ter sigilo quebrado não torna ninguém criminoso”. 

    Ele disse repudiar que “setores da imprensa” que são “abastecidos por vazamentos ilegais” pelo Ministério Público “insistam em criar polêmicas e atribuir falsas irregularidades onde não há para atingir ele e o governo de Jair Bolsonaro”. Os assessores dele e o primo Léo Índio não quiseram se pronunciar.

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    (com Estadão Conteúdo)

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