O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) informou a VEJA ter recebido nesta quinta-feira, 5, o inquérito contra o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação é sobre supostos crimes de corrupção, evasão de divisas e caixa dois nas campanhas de 2010 e 2012. Segundo o TRE-RJ, o caso está sob sigilo e será encaminhado ao Ministério Público Eleitoral. Em seguida, irá para uma das duas zonas eleitorais responsáveis pelos processos oriundos da Operação Lava Jato – a 16ª ZE ou a 204ª ZE. Paes é pré-candidato à Prefeitura do Rio na eleição municipal de outubro.
O inquérito estava com o relator do caso, o ministro Marco Aurélio de Mello, há quase um ano e só foi enviado ao TRE-RJ após ser questionado pelo jornal “Folha de S.Paulo”. Em março do ano passado, o STF aprovou uma nova regra: toda investigação referente à corrupção e lavagem de dinheiro junto com caixa dois deve ser encaminhada à Justiça Eleitoral. No caso envolvendo Eduardo Paes, o Supremo teve como base as delações premiadas de Leandro Azevedo e Benedicto Júnior, executivos da Odebrecht.
Em 2010, segundo os delatores da empreiteira, Eduardo Paes teria pedido 3 milhões de reais para a campanha do deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), seu fiel aliado. Em 2012, os executivos disseram que o repasse foi de 11,6 milhões de reais em dinheiro vivo e mais 5,7 milhões de dólares em contas no exterior para financiar a reeleição do ex-prefeito. À época, Paes e Pedro Paulo, que sempre negaram as irregularidades, eram filiados ao MDB e aliados ao ex-governador Sérgio Cabral, atualmente preso em Bangu 8, na Zona Oeste da capital.
Segundo a última pesquisa do Datafolha, divulgada em dezembro do ano passado, Eduardo Paes aparece na liderança com 22% das intenções de voto, empatado tecnicamente com deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que soma 18%. O atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que tentará a reeleição, aparece com 8%.