Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Iniciativa do MEC fere autonomia dos colégios, dizem entidades

Conselho que reúne secretários de educação criticou pedido de filmagem de crianças cantando o hino e leitura de carta com slogan eleitoral de Bolsonaro

Por Da Redação Atualizado em 26 fev 2019, 09h56 - Publicado em 26 fev 2019, 09h25

O comunicado do Ministério da Educação (MEC), enviado a escolas do país na segunda-feira 25, que pede que seja lida uma carta aos alunos, professores e funcionários com o slogan da campanha de Jair Bolsonaro, “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, provocou fortes reações no meio educacional.

O comunicado, assinado pelo ministro Ricardo Vélez Rodriguez, recomenda ainda que todos estejam “perfilados diante da Bandeira do Brasil” e seja tocado o Hino Nacional. Por último, pede que as escolas filmem as crianças nesse momento e enviem os vídeos ao governo.

O Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed) disse, em nota, que a ação fere não apenas a autonomia dos gestores, mas dos entes da Federação. O Movimento Escola sem Partido também criticou a medida nas redes sociais. “O ambiente escolar deve estar imune a qualquer tipo de ingerência político-partidária”, disse o Consed. Para o órgão, o Brasil precisa, “ao contrário de estimular pequenas disputas ideológicas na Educação”, priorizar a aprendizagem.

O Escola sem Partido, em publicação nas redes sociais, disse não ver problema no Hino ou na filmagem das crianças, mas na carta do MEC. “É o fim da picada”. A entidade defende combater uma suposta doutrinação por parte de professores em sala de aula — uma das bandeiras de Jair Bolsonaro.

Segundo o diretor de Políticas Educacionais do Todos pela Educação, Olavo Nogueira Filho, mesmo que o pedido tenha caráter voluntário, é uma ação “sem precedentes no passado recente brasileiro”. O que essa ação reforça, para ele, é que o MEC caminha no sentido contrário do que precisa ser foco. “É desvio do que é essencial. O MEC tem se silenciado até aqui a respeito de temas urgentes.”

Para ele, a pasta deveria aproveitar o início do governo para propor políticas capazes de melhorar a aprendizagem, como tornar a carreira docente mais atrativa, discutir fundos para a área e implementar a Base Nacional Comum Curricular, que define o que deve ser aprendido em cada etapa escolar.

A advogada Paula Zambelli Brasil, mestre em Direito Público, acrescenta que os alunos têm garantido o direito de proteção à imagem e que o pedido de gravação é ilegal e inconstitucional. “São pessoas ainda em formação e, justamente por esta característica, devem ter seus direitos ainda mais protegidos e salvaguardados do que adultos. A reprodução, exposição, publicização de uma imagem em um ambiente privado deve ser sempre interpretada de maneira restrita, ainda mais quando se leva em consideração quem é o titular da imagem. No caso, menores de idade.”

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.