Helicóptero que sobrevoou Lula é apoio à Lava Jato, diz ativista
Contratada por grupos locais de Curitiba para defender 'lei para todos', aeronave passou sobre praça durante discurso do ex-presidente na capital parananse
O discurso de pouco mais de dez minutos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Praça Generoso Marques, em Curitiba, teve seu início marcado por um fato inusitado: um helicóptero com base formada por lâmpadas de led sobrevoou os militantes a favor do petista com mensagens interpretadas como provocação. “A lei é para todos” e “vamos acabar com esses corruptos ladrões”, foram alguns dos dizeres que se alternaram na iluminação.
Inicialmente foi dito entre os apoiadores do ex-presidente que se tratava de uma ação do Movimento Brasil Livre (MBL), mas, na verdade, o protesto foi organizado por quatro grupos locais de Curitiba: Lava Togas, Mais Brasil, Amigos da Lava Jato e Movimento Pró-Lava Jato. Valéria, que preferiu não informar seu sobrenome e é uma ativista integrante do Lava Togas, afirma que o objetivo da ação era reforçar que “todos devem ser tratados da mesma forma perante a lei”. “Não era a ideia fazer um protesto partidário, nós inclusive deixamos nosso pessoal muito longe dos partidos. O objetivo era deixar claro o nosso apoio à Operação Lava Jato, à Polícia Federal e ao Ministério Público”, afirma.
Ela diz que o grupo não temeu uma repercussão negativa, nem quis provocar uma resposta dos apoiadores do ex-presidente. Valéria disse imaginar “que Lula também seja a favor da ideia de que a lei é para todos, inclusive para ele”. “É um protesto a favor da Justiça. Não teria porque alguém discordar dessa ideia”, argumentou.
A ativista diz que o grupo só seguiu a sua tradição de fazer protestos “irreverentes”, como os outdoors que foram postos na entrada da cidade com a frase “A República de Curitiba de espera de grades abertas” e direcionados ao ex-presidente. “Queríamos ir além do que já estava previsto, que era o protesto no museu Oscar Niemeyer e o boneco em homenagem ao juiz Sergio Moro. Foi isso, mais uma homenagem ao trabalho da Lava Jato“, concluiu.
Questionada por VEJA, Valéria disse que não revelaria o custo total do aluguel da aeronave. Ela afirmou que a decisão de acionar a aeronave ocorreu às vésperas do depoimento e que, além dos grupos, “cidadãos de Curitiba que apoiam a Justiça” também contribuíram.