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Haddad, um sobrevivente na banca de apostas do PT

Ministro resistiu até aqui aos embates com colegas de partido, que envolvem desde os rumos da política econômica à sucessão de Lula

Por Daniel Pereira Atualizado em 8 Maio 2024, 11h58 - Publicado em 31 mar 2024, 19h38

Desde que assumiu o cargo de ministro da Fazenda, Fernando Haddd trava embates com petistas, com destaque para o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann. No primeiro duelo, ainda em janeiro de 2023, sobre a reoneração dos combustíveis, o ministro saiu derrotado.

Na época, o presidente Lula concordou com Rui Costa e Gleisi, para quem reajustar o preço da gasolina, logo no início do novo governo, seria uma tremenda falta de sensibilidade política. Meses depois, no entanto, a reoneração foi feita — sem aumento do preço nas bombas, como gosta de repetir Haddad.

Desde então, o ministro colheu vitórias, aumentou seu prestígio, sobretudo fora do PT, e ampliou sua área de atuação, fazendo as vezes de articulador político com o Legislativo e de negociador de causas bilionárias no Judiciário.

Recentemente, ele convenceu Lula a manter a meta de déficit zero em 2024, apesar da pressão de Rui Costa, Gleisi e outros integrantes do governo pelo afrouxamento da regra, sob a alegação de que esta, considerada draconiana demais, poderia prejudicar investimentos e programas sociais. 

Fogo amigo

Quando perguntado sobre os embates com petistas, Haddad costuma dizer, em tom de elogio, que o PT tem democracia interna, preza pela divergência e estimula o debate. Pode até ser verdade, mas é uma forma de não jogar mais lenha na fogueira.

Além dos rumos da política econômica, que pode ser responsável, como o ministro defende, ou descambar para a gastança, modelo sonhado por alguns colegas de partido, há outro pano de fundo importante: a sucessão de Lula, quando o presidente se aposentar das urnas.

Haddad, Rui Costa e Gleisi Hoffmann sonham com uma candidatura à Presidência. Hoje, o ministro é considerado o primeiro na fila da sucessão de Lula, mas essa posição não está consolidada. Nem estará tão cedo. Assim como a própria permanência na Fazenda não é dada como certa.

Em entrevista à CNN Brasil, Haddad contou que foi feito um bolão no PT sobre até quando ele resistiria no cargo. Até aqui, ele sobreviveu ao fogo amigo.

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