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GSI tira primo do torturador Brilhante Ustra de cargo ligado à Presidência

O tenente-coronel Marcelo Ustra da Silva Soares estava lotado no GSI e havia acompanhado Bolsonaro em viagem a Orlando, nos EUA

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 jan 2023, 16h27 - Publicado em 17 jan 2023, 12h58
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  • O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República afastou nesta terça-feira, 17, um primo do torturador da ditadura Carlos Alberto Brilhante Ustra da função de assessor técnico militar. O tenente-coronel do Exército Marcelo Ustra da Silva Soares, de 43 anos, integrou recentemente a comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro para Orlando, nos Estados Unidos, quando o ex-capitão, em fim de mandato, decidiu deixar o país para não passar a faixa presidencial para o sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Até a dispensa, ele atuava junto à Coordenação-Geral de Operações de Segurança Presidencial, braço do GSI responsável pela segurança de Lula. A portaria não explica os motivos do afastamento do militar, que continua nas fileiras do Exército Brasileiro.

    Em novembro, Marcelo Ustra subiu o tom dos ataques às instituições ao provocar, nas redes sociais, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “Cel. Carlos Alberto Brilhante Ustra, (sic) faria Alexandre de Moraes voltar a usar fraldas. Era só o Alex de Moraes passar uma noite conversando com Ustra no DOI-CODI”, escreveu em menção ao primo torturador do Destacamento de Operações de Informação do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), notório centro de sevícias durante os anos de ditadura.

    Bolsonaro nunca escondeu seu apreço por Ustra. Ele já declarou a VEJA que seu livro de cabeceira é A Verdade Sufocada, que reúne as memórias do militar, recebeu a viúva Joseíta Ustra em audiência no Palácio do Planalto e, durante a votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 2016, dedicou seu voto à memória do torturador, causando indignação entre defensores dos direitos humanos. A ex-presidente Dilma foi presa e torturada pelo regime militar. Marcelo Ustra não quis falar com VEJA.

    Em portarias divulgadas pela Presidência, Lula também exonerou 55 outros militares e responsáveis pela segurança das residências oficiais, como o Palácio da Alvorada, residência do presidente da República, e a Granja do Torto, criada para ser a casa de campo dos mandatários da República.

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