Gilmar manda soltar mais um investigado na Operação Câmbio, Desligo
Marcelo Rzezinski é o sexto alvo da operação contra rede de doleiros a deixar a prisão por ordem do ministro do STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes soltou na última sexta-feira, 22, mais um preso pela Operação Câmbio, Desligo, que investiga uma rede de doleiros que operavam no mercado ilegal de câmbio e lavavam dinheiro para organizações criminosas. O doleiro Marcelo Rzezinski, que estava detido no Rio de Janeiro desde o início de maio, quando a Câmbio, Desligo foi deflagrada, teve a prisão preventiva convertida em medidas alternativas. Ele é o sexto alvo da operação a deixar a cadeia por ordem de Gilmar.
Na decisão em que determinou a soltura de Rzezinski, Gilmar Mendes considerou que os crimes atribuídos ao doleiro “foram praticados sem violência ou grave ameaça” e que “os fatos são consideravelmente distantes no tempo da decretação da prisão”. “Dessa forma, o perigo que a liberdade do paciente representa à ordem pública ou à aplicação da lei penal pode ser mitigado por medidas cautelares menos gravosas do que a prisão”, decidiu o ministro.
Gilmar Mendes impôs a Marcelo Rzezinski a proibição de manter contato com outros investigados na Operação Câmbio, Desligo, e a de deixar o país. Ele deve entregar seu passaporte à Justiça.
Marcelo Rzezinski e seu irmão, Roberto, estão entre os 62 denunciados pela força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio que se tornaram réus em uma ação penal na 7ª Vara Federal, sob o juiz federal Marcelo Bretas. A ação, que prendeu 33 doleiros no dia 2 de maio, foi deflagrada a partir das delações premiadas dos doleiros Vinicius Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barboza, o Tony. Roberto Rzezinski continua preso.
Os irmãos Rzezinski são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de lavar cerca de 2 milhões de dólares por meio de operações de dólar-cabo, transações que envolvem “compra” ou “venda” de dólares no exterior. Segundo o MPF, Roberto e Marcelo atuavam na “venda” da moeda, isto é, entregavam dólares em contas de doleiros no exterior e recebiam, no Brasil, o valor correspondente em reais. Este tipo de operação é normalmente utilizado por empresas que necessitam de dinheiro vivo para corromper políticos.
Antes de Marcelo Rzezinski, Gilmar Mendes já havia determinado a soltura de outros cinco alvos da Operação Câmbio, Desligo: Rony Hamoui, Paulo Sérgio Vaz de Arruda, Athos Roberto Albernaz Cordeiro, Antonio Albernaz Cordeiro e Oswaldo Prado Sanches.
Outros doze investigados pela operação, incluindo o doleiro Dario Messer, conhecido como “doleiro dos doleiros”, continuam foragidos das autoridades brasileiras.