O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), afirmou em entrevista ao jornal SBT Brasil nesta quinta-feira, 10, que não tem nenhuma relação com as movimentações financeiras de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, consideradas “atípicas” pelo Conselho de Controle de Operações Financeiras (Coaf). “Ele tem que esclarecer o quanto antes”, disse.
O filho do presidente, que faltou a um depoimento marcado para esta quinta no Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), disse que está à disposição para falar aos promotores sobre o caso, mas que quer ter acesso às investigações antes de falar. “É o tempo de eu tomar ciência, pegar documento, ir lá e esclarecer, porque eu quero ficar bem longe disso”.
Fabrício Queiroz foi um dos funcionários citados em um relatório do Coaf que enxergou inconsistências nas rendas de assessores de 22 parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), incluindo Flávio Bolsonaro. O Conselho estranhou uma movimentação de 1,2 milhão de reais na conta de Queiroz, que recebia, entre salário e a aposentadoria como policial militar, pouco mais de 20.000 reais.
O senador eleito critica o que aponta como falta de visibilidade ao caso de outros colegas com atuais ou ex-funcionários investigados e diz ver perseguição com o intuito de difamar a sua família. “Há sim um direcionamento para atingir o nome Bolsonaro e tentar desestabilizar um governo legitimado pelas urnas que está apenas começando”, criticou.
Alegando problemas de saúde e uma internação para combater um câncer, Queiroz já rejeitou uma série de convites do MP para prestar depoimento, assim como sua esposa e sua filha, também investigadas, que alegam estar prestando assistência a ele. Também em entrevista, o ex-assessor, que atuava como motorista e coordenador da segurança de Flávio Bolsonaro, alegou que os recursos eram provenientes de negócios que ele mantinha, de compra e venda de carros.
O senador eleito negou ter conhecimento de que Queiroz realizasse esse tipo de negócio e afirmou não ter ciência da vida pessoal de seus funcionários após o expediente. Também argumentou que, na sua avaliação pessoal, a soma das vendas de salário, aposentadoria e rendas de outras pessoas da família do ex-assessor justificaria as movimentações.