‘Faremos nossa reforma da Previdência’, diz Bolsonaro
Em entrevista ao SBT, presidenciável voltou a descartar texto proposto por Temer. Sobre elevar imposto de mais ricos, ele diz que 'está todo mundo sufocado'
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira, 16, em entrevista ao SBT, que um possível governo seu encaminharia ao Congresso um novo projeto de reforma da Previdência. Ele voltou a descartar que o texto proposto pelo presidente Michel Temer para alterar regras das aposentadorias tenha condições de ser aprovado pelos parlamentares.
“Vamos fazer a nossa reforma, essa que está aí dificilmente será aprovada. Não podemos adotar remendo novo em calça velha, não podemos penalizar quem já tem direito adquirido, o próprio servidor público já sofreu duas reformas previdenciárias. Podemos mexer alguma coisa sim, temos ideias e propostas nesse sentido, mas ninguém será penalizado”, disse Bolsonaro, sem detalhar que ideias e propostas são essas.
Líder das pesquisas de intenção de voto no segundo turno, o capitão reformado do Exército também prometeu manter o “tripé macroeconômico” baseado em superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação, independência do Banco Central e promover privatizações “com responsabilidade”. “Vamos partir para as privatizações. As 50 estatais feitas pelo último governo do PT essas [serão privatizadas] quase que de imediato”. O presidenciável, por outro lado, descartou privatizar estatais “estratégicas”, sem citar quais são.
Questionado se aumentaria impostos ou elevaria a taxação da população mais rica, Bolsonaro negou. “Não tem aumento de imposto, não tem criação de CPMF, não existe nada disso aí. No Brasil não pode falar em mais ricos, está todo mundo sufocado. Se você aumentar a carga tributária dos mais ricos, o capital vai fugir daqui”, respondeu.
Sobre as indicações de ministros que o próximo presidente poderá fazer ao Supremo Tribunal Federal (STF) – serão ao menos duas –, Bolsonaro declarou que pretende nomear “alguém do perfil do juiz Sergio Moro”. “O trabalho que o Moro fez tem que ser reconhecido por parte de um governo sério”, disse.
O presidenciável também afirmou que pretende montar um governo com 15 ministérios e voltou a citar os nomes do economista Paulo Guedes, do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e do general da reserva Augusto Heleno como seus escolhidos para os ministérios da Fazenda, Casa Civil e Defesa, respectivamente. Segundo o candidato, há outros ministros definidos, mas que “pedem reserva para não sofrerem retaliações no momento”.
Indagado a respeito do espaço que seria dado a militares em sua equipe de governo, Bolsonaro rebateu que “os governos anteriores tinham lá terroristas e pessoas da pior estirpe, em nenhum momento nós questionamos isso aí”.
Bolsonaro também fez na entrevista sua costumeira defesa de mudanças no Código Penal para que policiais e “cidadãos de bem” que matarem criminosos em legítima defesa tenham um “excludente de ilicitude”, isto é, não sejam julgados pelas mortes. “O código penal quem faz somos nós, em Brasília. Se nós dermos essa liberdade, não para o policial matar, mas para não morrer, bem como para o cidadão de bem, a coisa começa a mudar de figura”, afirmou.