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Família de Marielle pede Moro fora das investigações sobre assassinato

Pai, mãe, irmã e viúva da vereadora, além de Marcelo Freixo, dizem que o ministro não se interessava por federalização até o presidente ser citado

Por Redação
2 nov 2019, 14h48

A família da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, divulgou nota neste sábado, 2, na qual afirma discordar da postura do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que passou a defender a federalização das investigações do crime.

“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro obteve avanços importantes e por isso somos favoráveis a que a instituição permaneça responsável pela elucidação caso”, disse a família em nota assinada por parentes e pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSOL).

De acordo com a nota, o ministro sempre demonstrou pouco interesse pelas investigações dos assassinatos de Marielle e seu motorista, Anderson Gomes. “Somente após a menção ao presidente da República, Jair Bolsonaro, no inquérito, o ministro começou a se declarar publicamente a favor da federalização. Acreditamos que Sergio Moro contribuirá muito mais se ele permanecer afastado das apurações”, afirmam Marinete da Silva, mãe de Marielle; Antonio Francisco da Silva, o pai; Anielle Franco, irmã da vereadora; Monica Benício, a viúva; e Freixo.

Ontem, durante inauguração de uma delegacia da Polícia Federal em Curitiba, o ministro disse que “talvez seja o caso” de federalizar a apuração.

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A terceira seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve analisar até dezembro o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para federalizar as investigações do assassinato da vereadora e do motorista, e que a tendência é de aprovação.

Se for federalizado, o caso passaria a ser conduzido pela Justiça Federal e as investigações seriam assumidas pela Polícia Federal, comandada por Moro, saindo da alçada da Polícia Civil e da Justiça do Rio de Janeiro.

Citação a Bolsonaro

Reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, exibida na terça-feira 29 citou o nome de Bolsonaro na investigação do caso Marielle Franco. De acordo com a matéria, a Polícia Civil do Rio de Janeiro teve acesso ao caderno de visitas do condomínio Vivendas da Barra, na Zona Oeste do Rio, onde têm casa o presidente e o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de fazer os disparos que atingiram a vereadora do PSOL. Conforme as informações divulgadas pelo JN, no dia 14 de março de 2018, horas antes do crime, o ex-PM Élcio de Queiroz, outro suspeito, teria anunciado ao porteiro do condomínio que iria visitar Jair Bolsonaro e acabou indo até a casa de Lessa.

Bolsonaro estava em Brasília no dia 14 de março de 2018 e registrou presença em duas sessões na Câmara, onde exercia o mandato de deputado federal, versão também mostrada pela reportagem.

Em coletiva de imprensa no dia seguinte à veiculação da reportagem, a procuradora do Ministério Público do Rio Simone Sibilio, chefe do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), anunciou que o porteiro que envolveu o nome de Bolsonaro no caso mentiu em depoimento à Polícia Civil. De acordo com Simone, quem autorizou a entrada de Élcio de Queiroz no condomínio do presidente foi Ronnie Lessa.

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(com Estadão Conteúdo)

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