Em um discurso de cinco minutos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou neste domingo, 22, na “Cúpula do Futuro”, evento promovido pelo secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, em Nova York, e que reuniu líderes mundiais para discutir formas de enfrentar as crises de segurança, acelerar o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e combater as ameaças e oportunidades das tecnologias digitais.
“É inaceitável regredir a um mundo dividido em fronteiras ideológicas ou zonas de influência. Naturalizar a fome de 733 milhões de pessoas seria vergonhoso. Voltar atrás em todos os nossos compromissos é colocar em xeque tudo que construímos arduamente”, disse ele, acrescentando que o Pacto da ONU não é eficaz para tratar os problemas estruturais e “falta ambição e ousadia” da comunidade internacional para reformular as instituições globais. “A Assembleia Geral perdeu sua vitalidade e o Conselho Econômico e Social foi esvaziado”, afirmou.
Sobre o Conselho de Segurança, o presidente brasileiro disse que o órgão tem sua legitimidade encolhida “cada vez que aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades”.
O pacto aprovado prevê ainda dar início a um trabalho internacional de regulamentação das plataformas digitais e Inteligência Artificial (IA). Lula defendeu uma governança digital inclusiva “que reduza as assimetrias de uma economia baseada em dados e mitigue o impacto de novas tecnologias como a Inteligência Artificial”, completou.
O petista cobrou ainda mais “voz” para os países em desenvolvimento em órgãos internacionais Quando começou a falar sobre o tema, porém, seu microfone foi cortado por ter ultrapassado o limite de tempo. “O Sul Global não está representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico”, finalizou o presidente, que na terça-feira, 24, abrirá a Assembleia Geral da ONU.