O ex-deputado Edegar Pretto (PT-RS), ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), foi anunciado em janeiro como presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mas só assumiu o cargo no final de março. O atraso se deveu às restrições estabelecidas pelo estatuto da empresa.
Definido pelo conselho da estatal, o regulamento estabelecia algumas exigências ao postulante. Era obrigatório que ele tivesse pós-graduação em uma área afim ou cinco anos em cargo de chefia em uma companhia de grande porte. Edegar Pretto nunca chefiou uma grande empresa e nem tem pós-graduação. Era preciso, portanto, mudar o estatuto para resolver o problema. E assim foi feito.
Os dois votos decisivos para a alteração do regulamento foram de diretores da gestão anterior da Conab: Marcus Vinícius Morelli e Bruno Scalon Cordeiro, nomes da confiança do ex-presidente da empresa. Com a troca de comando, os ex-diretores, em tese, deveriam deixar a estatal, mas não foi isso que aconteceu. Eles foram nomeados como assessores da nova diretoria, com uma gratificação de 18 mil reais.
Nos corredores da empresa se fala que a recolocação seria um prêmio de consolação pela mudança no estatuto.