Eunício pede que Bolsonaro dialogue com Congresso e obedeça Constituição
Em discurso cheio de recados, presidente do Senado afirmou que novo governo não receberá nenhuma "herança maldita"
O presidente do Congresso Nacional e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) disse ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) que o governante depende da Constituição e das leis em vigor para conseguir governar. Em seu discurso após empossar o eleito, Eunício chamou a atenção para a necessidade de que os três poderes sejam independentes e trabalhem juntos.
“Quando as regras vigentes não permitirem que se faça o que se pretende, será necessária a alteração legislativa pelo Congresso com controle de constitucionalidade do STF e a fiscalização do Ministério Público”, disse Eunício, em uma fala cheia de recados ao novo presidente.
O senador foi responsável por conduzir a cerimônia de posse de Bolsonaro e de seu vice, o general Hamilton Mourão. No discurso de pouco mais de 10 minutos, mais longo do que o do novo presidente, Eunício disse ter certeza que Bolsonaro terá “excelência” em seu governo e que é fundamental que ele governe para todos os brasileiros e não apenas para uma parte da população.
O senador também disse que Bolsonaro precisa ser “o maior exemplo de conduta no país”. “As palavras só perpetuam os fatos, mas as ações é que entram para a história.”
Eunício afirmou ainda que Bolsonaro não começará a governar do zero, devido a pautas importantes aprovadas pela legislatura atual, como PEC do teto de gastos, reforma trabalhista, criação do Sistema Único de Segurança Pública.
“Aqui não houve pauta bomba ou herança maldita. Houve muito trabalho para avançar. Há muito mais a ser feito nas áreas saúde, educação, emprego, renda e equilíbrio, mas Vossa Excelência não começará do zero”.
O presidente do Senado aproveitou o discurso para saudar o ex-presidente Michel Temer (MDB), dizendo que sua “perseverança” e “esforço cívico” foram fundamentais para aprovar pautas importantes para o país.
Eunício não foi eleito para novo mandato ao Senado e deixa a casa após oito anos. Antes, ele cumpriu três mandatos de deputado federal.