Empresário reivindica produção de vídeo a favor do golpe de 1964
Osmar Stábile diz que vídeo foi produzido com recursos próprios e que não sabe como gravação chegou ao conhecimento do Planalto, que o divulgou no domingo
O empresário paulista Osmar Stábile divulgou um comunicado em que reivindica ter sido o responsável pela contratação e produção de um vídeo favorável ao golpe de 1964 que foi divulgado por canais oficiais do Palácio do Planalto no aniversário de 55 anos da tomada de poder, no último domingo, 31.
Se definindo como “patriota e entusiasta do golpe preventivo”, Stábile, que é conselheiro do Corinthians e já tentou ser presidente do clube, afirma ter custeado a gravação com seus próprios recursos. O empresário diz não saber como o vídeo chegou ao conhecimento do Planalto e por quais razões foi compartilhado pelo governo.
“Não tenho contato com ninguém da área governamental. Foi um vídeo que fiz como outros quaisquer, só que este repercutiu nas redes sociais”, disse Stábile a VEJA. Nesta segunda-feira, o presidente em exercício, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que a decisão foi do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Foi divulgado pelo Planalto é decisão dele”, disse.
Em nota, Osmar Stábile disse que “não tenho e nem tive a pretensão de mexer com os brios, dores e sentimentos daqueles que se dizem perseguidos pelas forças do Estado”. “Não pretendo fazer revisionismo histórico com o meu vídeo. Só tive e tenho a intenção de mostrar a outra face da moeda”, justificou.
O empresário se disse eleitor de Bolsonaro e pediu o respeito à “vontade da maioria, demonstrada nas urnas” e às suas convicções pessoais.
Oposição
Nesta segunda, as bancadas do PT na Câmara dos Deputados e no Senado Federal entraram com representações na Procuradoria-Geral da República (PGR), na Controladoria-Geral da União (CGU) e na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão pedindo a investigação sobre as circunstâncias de produção e publicação do vídeo
Os parlamentares também representaram contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Conselho de Ética da Câmara por causa da distribuição do material em suas redes sociais.